O músico uruguaio conquista sete Grammy Latino, entre os quais o de Melhor Álbum de Cantor / Compositor para “Tinta y Tiempo”, que apresenta ao vivo no CCB, no dia 2 de fevereiro do próximo ano. O disco encontra-se também nomeado para os Grammy 2023.
Das nove nomeações para as quis estava indicado, Jorge Drexler venceu em sete categorias. Na cerimónia de Las Vegas da passada madrugada, na qual atuou ao lado de Elvis Costello, Drexler confirmou o seu enorme talento ao ser estrondosamente distinguido pela indústria e pela crítica.
Canção do Ano “Tocarte” – (com C. Tangana) –
Gravação do Ano “Tocarte” – (com C. Tangana)
Melhor Canção Pop – “La Guerrilla de la Concordia”
Melhor Canção em Língua Portuguesa “Vento Sardo” (com Marisa Monte)
Melhor Canção Alternativa – “El día que estrenaste el mundo”
Melhor álbum de um cantor / compositor – “Tinta Y Tiempo”
Melhor Arranjo para Fernando Velasquez para a canção “El Plan Maestro”
Durante anos, o seu nome passou algo despercebido em Portugal, um contrassenso se tivermos em conta que vultos como Mercedes Sosa, Maria Rita, Omara Portundo, Pablo Milanés ou António Zambujo andavam pelos quatro cantos do mundo a interpretar obras suas. Hoje só alguém com um grave diagnóstico de distração clínica é que não se dará conta da presença do cantor uruguaio nas mais altas esferas da música global.
Jorge Drexler não é de todo um novato no que toca a arrecadar prémios internacionais relevantes. Antes da cerimónia deste ano dos Grammy Latino, ele já tinha expostos sete grammy nas prateleiras de casa, um Prémio Goya atribuído em 2011 pela Academia das Artes e das Ciências Cinematográficas de Espanha, pela canção Que el soneto nos tome por sorpresa e um Óscar graças a Al Outro Lado Del Rio (2005), tema que faz parte da banda sonora do filme “Diários de Che Guevara”.
Esta colagem ao universo cinematográfico é tudo menos casual. Uma escuta rápida pela obra produzida ao longo de 30 anos de carreira desvela de imediato o cuidado cirúrgico da linguagem do cantor uruguaio, ele que orquestra cada tema como se fosse um manifesto estético, uma cena icónica digna de grande ecrã, algo que é bastante palpável e emotivo nos seus espetáculos.
É neste espírito que surge “Tinta y Tiempo”, uma obra brilhante, generosa, abundante e destinada a tornar-se parte essencial do seu repertório, tão essencial ao ponto de estar nomeada para os Grammy 2023 na categoria “Best Latin Rock or Alternative Album”. Editado em abril deste ano, o disco é a razão do regresso de Jorge Drexler a Portugal, para uma atuação agendada para dia 2 de fevereiro de 2023, no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém.
