Gogol Bordello, The Wedding Present, Clan of Xymox e Anna Calvi no EDP Vilar de Mouros

O EDP Vilar de Mouros anuncia mais quatro nomes: Gogol Bordello, The Wedding Present, Clan of Xymox e Anna Calvi que se juntam aos já confirmados Prophets of Rage, Skunk Anansie, Fischer-Z e Linda Martini.

Acarinhados pelo público português, os Gogol Bordello levam o seu inconfundível gipsy punk ao norte do país com clássicos como Wonderlust King ou Start Wearing Purple. Além do indie rock dos britânicos The Wedding Present, os holandeses Clan of Xymox apresentam em Vilar de Mouros o seu tão característico pop rock, marcado pelo recorte electrónico e colorações góticas. Anna Calvi regressa aos palcos portugueses com o seu mais recente álbum, “Hunter”.

 

Steve Albini e Rick Rubin, dois grandes nomes da produção mundial, não fecharam os olhos quando viram os Gogol Bordello à frente e produziram Gypsy Punks: “Underdog World Strike” e “Trans-Continental Hustle”, respetivamente. Os dois discos capturam exatamente a energia do punk cigano preconizado pelo seu vocalista, líder e membro-fundador Eugene Hütz.

Com sete longa-durações no currículo, o mais recente é “Seekers and Finders”, de 2017, o grupo multicultural — músicos de países como Ucrânia, Equador, Rússia e Etiópia fazem (e fizeram) parte — transporta esses mundos todos para uma loucura controlada que se traduz num autêntico terramoto para quem tiver a sorte de os apanhar num palco perto de si. A passagem por Vilar de Mouros será por isso mesmo uma oportunidade absolutamente imperdível para todos os que reconhecem numa banda que recolheu inspiração nas obras de combate dos Clash ou Manu Chao uma força singular que se traduz sempre em concertos de antologia.

Tudo começou em 1985, em Leeds, Inglaterra: “Go Out and Get ’Em, Boy” foi o primeiro single dos The Wedding Present, lançada na sua própria Reception, prova clara de uma alma independente que o grupo nunca perderia. No entanto, só em 1988 é que chegariam às tabelas do Reino Unido com “Nobody’s Twisting Your Arm“. “George Best”, o seu álbum de estreia que homenageava um lendário futebolista, figurou na lista de 500 melhores álbuns de sempre da revista NME. Uma proeza, mas também da mais elementar justiça, tendo em conta a força criativa da música aí contida.

Apesar das várias mudanças de formação, David Gedge é o único membro original e constante ao longos destas três décadas, o grupo de indie rock não parou de fazer álbuns. O mais recente, Going, Going…, trabalho número 9 numa discografia sólida, saiu em 2016 e o tom é totalmente diferente, mesmo que a electricidade nunca se tenha perdido pelo caminho…  prova de que o som dos The Wedding Present soube avançar no tempo e não ficar refém de glórias passadas.

Inicialmente associados a bandas como The Cure ou New Order, os holandeses Clan of Xymox viram o seu pop rock de recorte eletrónico e colorações góticas atingir o seu apogeu nos anos 80/90, época em que lançaram dois dos seus álbuns mais celebrados: “Clan of Xymox” e “Medusa”. Depois de ouvir o primeiro longa-duração do trio, o icónico radialista John Peel convidou-os para actuarem nas suas famosas sessões, aproveitando a ocasião para defini-los como “darkwave”, sub-género que haveria de servir para descrever a música de bandas como Depeche Mode, Cocteau Twins ou Soft Cell.

Do trio original Ronny Moorings, Anka Wolbert e Pieter Nooten, apenas o primeiro continua a carregar a tocha do grupo. “Days of Black”, disco editado em 2017, não engana: as camadas de sintetizadores continuam a alimentar o lado negro da onda e a manter a atenção que os anos de culto lhes permitiu concentrar.

Ao primeiro disco, que foi produzido por Rob Ellis, colaborador de longa data de PJ Harvey, Anna Calvi colocou imediatamente o seu nome no radar: a nomeação para o Mercury Prize em 2011 foi um dos pontos altos desse fulgurante arranque de carreira. Depois, Brian Eno, o seu mentor não-oficial, descreveu-a como “a maior coisa desde Patti Smith”. Uma declaração importante de um dos músicos mais conceituados da indústria musical e que definitivamente concentrou os holofotes da imprensa especializada mundial na obra da cantora britânica.

Depois de inaugurar o seu caminho com estrondo, a cantora e guitarrista lançou mais dois discos: “One Breath” (2013) e o recentíssimo “Hunter” (2018) que conquistou espaço em vários balanços internacionais de final de ano..

 

photo: Vasco Coimbra / Arquivo Glam Magazine

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