Goela Hiante, de Adolfo Luxúria Canibal e Marta Abreu, e Solar Corona em concertos no Teatro Viriato

Em cumplicidade com a Carmo’81 que, em 2023, tem acompanhado o Teatro Viriato na programação musical, o Teatro Viriato acolhe no dia 18, a partir das 21h00, numa noite dois concertos.

 

A abrir a noite, o Teatro Viriato em Viseu recebe “Goela Hiante”, um projeto de Adolfo Luxúria Canibal e Marta Abreu, iniciado em março de 2020, em plena pandemia. Confinados, com todo o tempo do mundo a seu favor e sem nada para fazer, decidiram divertir-se e divertir os amigos com os poucos meios de que dispunham em casa: livros, um iPad e um velho piano elétrico. Foi assim que começaram em março de 2020, filmando com um telemóvel Adolfo Luxúria Canibal a ler poemas seus ou de poetas da sua eleição e Marta Abreu a criar ambientes sonoros para essas leituras. E foi assim que depois foram convidados para participar em diversos eventos on-line durante os três meses de confinamento total, uns pré-gravados, outros em direto. Apesar do minimalismo de meios, a receção das pessoas foi muito positiva, e após esse confinamento sucederam-se os convites para apresentações ao vivo, tendo-se estreado em setembro desse ano no Café-Concerto Avenida, em Aveiro. Mas antes dessa estreia, instados a registar o trabalho realizado, entram em estúdio para gravar “Goela Hiante”, um disco de poesia negra e soturna, interpretada como só Adolfo Luxúria Canibal o consegue, servida por uma música minimal, obsessiva e claustrofóbica, primorosamente criada por Marta Abreu para o efeito. É esse disco, editado pela Cobra Discos em dezembro de 2020, que têm tocado ao vivo, a que vêm juntando novos poemas.

 

No segundo concerto da noite, o coletivo multiforme de música rock “Solar Corona Elektrische Maschine” apresenta-se num formato que abraça a improvisação recorrendo a instrumentos eletrónicos, digitais e analógicos. O seu núcleo duro é composto por Rodrigo Carvalho (guitarra/synths), José Roberto Gomes (baixo), Peter Carvalho (bateria/percussão) e Nuno Loureiro (dub/sampling/fx). No formato Solar Corona Elektrishe Maschine, desprendem-se da bateria, guitarra e amplificadores enquanto ferramentas chave da música rock que caracteriza a banda, para abraçar a fundo a improvisação alçada em instrumentos eletrónicos, digitais e analógicos, novas percussões e novos métodos de amplificação e processamento das mesmas, e o baixo como fundação de groove, explorando duas vertentes: repetição e imprevisibilidade.

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