Festival Porta-Jazz… Noites de contrastes, músicos históricos e a 100ª edição com selo Porta-Jazz

A dias do arranque da 14.ª edição do Festival Porta-Jazz, destacamos os contrastes musicais na programação, a presença de músicos históricos e a 100.ª edição com o selo Carimbo Porta-Jazz.

Dia 2, a partir das 21h30, o palco do Grande Auditório do Rivoli é de Alma Tree feat. Pedro Melo Alves, Vasco Trilla e Bob Moses com “Sonic Alchemy Suprema”. Baterista lendário, Bob Moses moldou o som do jazz dos anos 70 e 80 nas bandas de Pat Metheny, Paul Bley, Steve Swallow, Gary Burton e Dave Liebman. Ao lado de Pedro Melo Alves e Vasco Trilla, duas referências da percussão exploratória contemporânea com forte atividade discográfica nos circuitos europeus, os três bateristas encontram-se para apresentar o álbum de estreia “Sonic Alchemy Suprema”, que conta com a participação dos saxofonistas Julius Gabriel, João Pedro Brandão e José Soares.

Depois de Bob Moses atua o sexteto Axes, composto por João Mortágua, José Soares, Hugo Ciríaco, Rui Teixeira, Filipe Louro e Pedro Vasconcelos. Projeto de referência no panorama nacional, vão apresentar o segundo álbum “Hexagon” – firme e impactante na busca pelo equilíbrio entre a força e a emoção.

No sábado, dia 3, às 18h15, o guitarrista francês Marc Ducret apresenta-se no Pequeno Auditório com o trombonista suíço Samuel Blaser e o saxofonista lituano Liudas Mockūnas, um dos mais destacados líderes da música improvisada, com mais de 70 álbuns gravados e um vasto currículo em nome próprio e enquanto colaborador em projetos de outros pares.

No Grande Auditório, a partir das 21h30, o festival propõe uma colaboração entre as associações de músicos do Porto e Lisboa, Porta-Jazz e Robalo, respetivamente, com a colaboração do pianista e compositor Hans Koller. Um conjunto de composições originais para um decateto composto por músicos de várias gerações.

Este concerto será seguido da apresentação do 100.º disco do Carimbo Porta-Jazz: “River Creatures” de Hery Paz. O multifacetado artista, oriundo de Cuba, apresenta-se enquanto saxofonista neste projeto em nome próprio e conta com o baterista Tom Rainey – músico da cena Nova Iorquina desde 1979, parte do trio do pianista Kenny Werner, e parceiro de Tim Berne, Drew Gress, Fred Hersch ou Tony Malaby – e do trompetista Nate Wooley – considerado um dos líderes do movimento americano que definiu os limites físicos do trompete e tocou com John Zorn, Anthony Braxton ou Evan Parker  –, neste registo desenvolvido a partir de poemas e imagens com forte inspiração na natureza, na geometria e nas palavras.

O último dia do festival, domingo, termina com o quarteto do contrabaixista Nuno Campos e o projeto “Something to Believe In”, a partir da mitologia egípcia, as narrativas ancestrais e o seu fascínio por esta civilização antiga; seguido pela primeira encomenda do Ensemble Mutante feita à multifacetada Vera Morais, que conceptualizou uma peça para um sexteto dividido em dois naipes: sopros e percussão. Sem material melódico, harmónico ou rítmico pré-definido, a notação assenta essencialmente em texto: um conjunto de pequenas instruções ou formulações poéticas que descrevem gestos, texturas, conceitos e processos a usar na composição em tempo real.

 

Os concertos do Grande Auditório do Rivoli são seguidos de jam sessions com combos de jazz da ART’J, ESMAE e Conservatório de Música do Porto no TMP Café, a partir das 23h30, de sexta, sábado e domingo, e com entrada livre.

 

A abertura do festival realiza-se no Espaço Porta-Jazz (Praça da República 156), dia 1 de fevereiro, às 21h30, com a apresentação ao vivo do CD “À Procura”, do contrabaixista espanhol Pedro Molina em parceria com jovens músicos da sua geração (Miguel Meirinhos, Filipe Dias e Gonçalo Ribeiro), distinguido em 2023 com o prémio para “Melhor Ensemble” no 3º Concurso Internacional de Jazz da Universidade de Aveiro.

 

A programação completa pode ser consultada em https://portajazz.com/fp.

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