Évora recebe mais de 30 artistas de todo o continente africano

De 25 de maio a 25 de agosto de 2018, o Palácio de Cadaval, em Évora, acolherá o festival Evora Africa, uma celebração da cultura e arte africanas com um diversificado programa de exposições, concertos, performances, conferências e DJs. O principal objetivo do festival é, ao longo dos 3 meses de duração, fortalecer os laços culturais e históricos, promovendo o intercâmbio entre África e a Europa, celebrar novas expressões artísticas urbanas e as suas influências sobre a cultura portuguesa. A escolha da data de inauguração, 25 de maio, que coincide com o Dia de África pretende ser mais um momento simbólico para comemorar as ligações históricas entre Portugal e Continente Africano.

O Evora Africa será uma grande festa da cultura africana onde mais de 30 artistas contemporâneos, músicos e performers do continente africano se reunirão para dar a conhecer a sua cultura e património artístico. O festival receberá artistas de vários países, nomeadamente a República Democrática do Congo, Costa do Marfim, Madagáscar, Mali, Moçambique, Senegal, África do Sul, Burkina Faso, entre outros.

A exposição de arte contemporânea “African Passions” com curadoria de André Magnin, a primeira que realiza em Portugal, e Philippe Boutté, estará patente no Palácio de Cadaval ao longo do festival e será acompanhada por um vasto programa de música e concertos dirigidos por Alain Weber e Alcides Nascimento. Haverá ainda lugar para um programa educacional do qual farão parte workshops de música e dança, palestras e conferências com foco na arte, cultura e herança africanas.

 

A exposição “African Passions” vai contar com alguns dos maiores representantes da arte africana contemporânea que apresentarão a sua própria cultura, estilo, técnicas criativas e maneira de olhar o mundo, entre os quais se encontram Steve Bandoma, Filipe Branquinho, Frédéric Bruly Bouabré, Omar Victor Diop, Phumzile Khanyile, Klèmèguè, Houston Maludi, JP Mika, Marcel Miracle, Ambroise Ngayimoko, Mauro Pinto, Chéri Samba, Amadou Sanogo, Esther Mahlangu, Malick Sidibé, Billie Zangewa e Romuald Hazoumè.

O curador da exposição, André Magnin, acérrimo defensor e pioneiro na expansão da arte africana, realizou amplas pesquisas e foi curador de exposições sobre arte e artistas africanos um pouco por todo o mundo. Entre estes conta-se o icónico fotógrafo Maliano Malick Sidibé. Algumas das exposições nas quais Magnin e Sidibé colaboraram incluem a exposição “Beauté Congo” e mais recentemente a “Mali Twist” ambas na Fundação Cartier em Paris; Photofesta em Maputo e o Museu Hara em Tóquio. Algumas das peças de Sibidé farão parte da exposição “African Passions” no Evora Africa.

Magnin apresenta um vasto currículo internacional tendo sido responsável por exposições em locais tão emblemáticos como o Centro Pompidou, o Centro de Artes DIA em Nova York, o Museu Guggenheim em Bilbao, a Tate Modern e o Smithsonian. Foi ainda Diretor Artístico e Curador da Coleção Pigozzi em Genebra a assessor da Art/Afrique, Le nouvel Atelier na Fundação Louis Vuitton Foundation em Paris.

André Magnin, acredita que “África tem uma originalidade que nasce das suas diferenças. A criatividade e a força artística do continente vem da liberdade que os seus artistas concederam a si mesmos.”

O programa musical, uma vasta seleção de concertos, com direção artística de Alain Weber, apresentará as principais famílias de instrumentos africanos, incluindo os koras, santas, balafons, flautas e percussão e mostrará a sua capacidade de invenção, sofisticação e variedades sonoras. Segundo Alain Weber afirma: “É através da música que África se revela e nos transporta, de forma festiva, para o que é essencial na vida”, e desta forma, o programa de música representará, tal como a exposição “African Passions”, uma jornada entre a tradição e a herança africana, entre a continuidade e a mudança, decorrerá não só no Palácio de Cadaval, mas também em locais simbólicos como o Templo Romano de Diana, o Cromeleque dos Almendres e a Biblioteca Pública de Évora.

Nesta primeira edição, os artistas presentes são: Orquestra Ballaké Sissoko, Costa Neto, Irmãos Makossa, Rita Só, Johnny Cooltrane, Mbye Ebrime, DJ Rycardo, Companhia Xindiro e os jovens dançarinos, Celeste Mariposa, Bambaram, Bassekou Kouyate, Selma Uamusse, Bubacar Djabaté, Áfrika Aki, The Zaouli de Manfla, Miroca Paris, DJ Ibaaku, Sara Tavares, Congo Stars de Vibration, Dj Lucky, Bubacar Djabaté, Lady G Brown.

 

O festival contará ainda com palestras e conferências, atividades educacionais e arte pública focada na música, cultura e património africano. Esther Mahlanghu produzirá, num período de cinco semanas, especialmente para o festival, um mural de comemoração da herança africana, que se tornará num dos destaques do Evora Africa. The Masks of the Moon, trarão até nós os rituais típicos do Burkina Faso. A Orquestra Ballaké Sissoko estará em Évora na semana de abertura do festival para ensinar a kora. A Companhia Xindiro dará aulas de dança e música em julho. Esta Companhia, que oferece apoio educacional complementar a crianças desfavorecidas de Moçambique, já ensinou mais de 900 crianças e apresentará alguns dos seus projetos durante o Evora Africa.

Ao longo de mais de 8 anos, o Palácio Cadaval foi a casa do Festival “Os Orientais” dedicado à arte e à música do Oriente onde se assistiram a celebrações culturais do Oriente, Marrocos e Índia. Este ano, com o festival Evora Africa, o Palácio volta a abrir as suas portas, agora para celebrar a cultura africana.

O Palácio de Cadaval já organizou também uma série de outros eventos culturais como o Festival Évora Clássica e o Festival de Música Sagrada de Évora. O Palácio de Cadaval recebe frequentemente coros nacionais e internacionais, para apresentações abertas ao público, bem como solistas e grupos de música e exposições internacionais de pintura, escultura, fotografia e exposições de moda.

 

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