Em Setembro… Manta volta a sentar-se no relvado do jardim do CCVF

Assente nas suas raízes e a partir da entrega dos artistas em palco e da sua tradicionalmente calorosa relação com o público, os vértices do Manta – artistas, público, natureza, arquiteturas, cidade histórica no horizonte – resultam novamente numa receita de fruição e descontração que nos faz entrar na nova temporada cultural embalados pela música ao ar livre, marcando, no início de setembro, a rentrée do Centro Cultural Vila Flor (CCVF) e da programação cultural d’A Oficina, em Guimarães.

 

A 10 de setembro, sexta-feira, a partir das 21h30, os jardins do CCVF são banhados pela voz e guitarras da artista espanhola Sílvia Pérez Cruz, que aqui se apresenta na companhia do contrabaixo de Bori Albero e do violino de Carlos Monfort. A cantora, compositora e atriz apresenta-se assim em trio para abrir a edição de 2021 do Manta. Na bagagem traz o mais recente projeto, “Farsa (género impossível)”, um disco que criou a partir de conversas com outras disciplinas artísticas como o teatro, o cinema, a dança, a poesia, a pintura ou o cinema de animação e que responde à inquietação da artista sobre a dualidade do que se mostra e o que realmente somos, nestes tempos em que o superficial é tão arrasador que o que se vê pode chegar a confundir-se com o que se escuta.

 

O segundo dia do Manta 2021 (11 de setembro), apresenta dois concertos. Logo pelas 15h30, os músicos Afonso Cabral, Francisca Cortesão, Inês Sousa e Sérgio Nascimento apresentam-se bem equipados com os seus instrumentos e o seu talento para um concerto que é também uma viagem especial e espacial dedicada aos mais novos que contará com os comentários da autora Isabel Minhós Martins.

 

“Sabemos que ao longo da História sempre sonhámos com as alturas. Queremos mais, queremos chegar mais alto. E que não queremos mais isto, mas queremos muito aquilo. Muitas vezes, ao nosso lado, estavam as canções a dizer tudo isto. A dizer coisas como: não toleramos mais o racismo; queremos direitos iguais para homens e mulheres, bons cuidados de saúde para todos sem exceção, mais bibliotecas, a preservação das florestas, salários justos, horários humanos. Coisas assim, sérias e importantes. Coisas tão altas que não se podem sussurrar. Este vai ser um concerto para celebrar o poder da música, repleto de inspirações e interrogações que percorrem questões como a capacidade da música para mudar o mundo, as pessoas e os seus projetos. E como tudo isso a pode influenciar a ela própria. Desta forma, este espetáculo, coproduzido pelo LU.CA – Teatro Luís de Camões, vai ser um concerto em viagem, pelo tempo e pelo espaço, para descobrir algumas das músicas que nos juntaram e que precisámos de cantar (bem alto) para nos fazermos ouvir. “

 

O derradeiro concerto desta 14ª edição do Manta ilumina o palco e o jardim do CCVF a partir das 21h30 com Mallu Magalhães, que regressa aqui aos palcos com “Esperança”, o seu quinto álbum de estúdio, gravado ainda antes de pandemia, que vê finalmente a luz do dia numa altura em que a maturidade atingida e a plenitude na composição fazem de Mallu Magalhães um dos talentos mais seguros do universo da música popular brasileira.

Todos os concertos têm entrada gratuita, até ao limite da lotação do espaço, e são dirigidos a maiores de 6 anos de idade.

Partilha