É com o álbum “Montebello” que MARTA se estreia a solo

MARTA já não se esconde; nem fecha a porta do quarto para, em segredo, cantar e coreografar os temas de Lauryn Hill, Whitney Houston ou Gwen Stefani. Foi assim que cresceu e foi também assim que fez crescer a vontade de, um dia, sair por aquela porta feita artista.

Sonhou com dança e tornou-se bailarina, sonhou com música e tornou-se cantora. Diz que ainda há de ser baterista. Como duvidar?

Depois de dar a cara (e a voz) pelos The Acoustic Foundation e de emprestar colaborações de estúdio e de palco a projectos como AWSUM, Imagina ou Leopardskin, entre outros, sente a necessidade de dar a conhecer o seu lado mais oculto e genuíno. E isso só faria sentido em nome próprio.

 

Em MARTA, a intimidade reflecte-se nas letras e o estado de espírito numa abordagem mais crua do que alguma vez revelara. “Não podia concordar mais com a expressão ‘What is bad for the heart is good for the art’”, diz.

De facto, foi a viagem ao fundo do poço que, ao mesmo tempo que lhe despertava demónios de que só agora começa a libertar-se, lhe aguçava também a vontade de escrever mais e mais, como se as letras, a música, fossem a única forma de gritar ao mundo o estilhaçar do coração.

 

Montebello” é o álbum que apresenta MARTA, sem preconceitos que lhe afectem a essência. Mulher da cabeça aos pés, corpo e coração. Nada por acaso, o primeiro avanço do álbum veio a público num 8 de Março (2021).

Doze temas, doze mergulhos na intimidade, alguns mais escuros, outros carregados de esperança. As influências neo-soul, R&B ou hip-hop da cantora definem um caminho que, em alguns momentos, se cruza com o funk que já lhe conhecíamos.

 

O disco arranca com a poderosa revolta de “Hole In My Soul” e termina a puxar um pezinho de dança em “The One For You”. Entre estes extremos há momentos em que os elementos electrónicos fazem mover a máquina, mas outros em que a orgânica da banda que acompanha MARTA mostra que por trás dessa máquina há pessoas de carne e osso. Sempre.

 

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