Disco de estreia dos Whales já disponivel

O dia 16 de Março fica marcado pelo lançamento do disco de estreia da banda leiriense Whales. Mais do que escrevermos sobre a nossa música, gostamos de a mostrar a quem trabalha com música todos os dias. A quem a respira. E, mesmo que não escreva regularmente sobre ela, terá legitimidade de sobra para lhe apontar as primeiras notas.

Aqui ficam as primeiras notas de um comunicador… Ruy Estevão

Viajar é uma constante, seja de que forma for, quando e onde conta como tudo o que é importante, e é claro que a sensação de conforto ajuda. Um dos melhores meios de transporte é, sem dúvida, a música. Sempre foi e vai ser. A fórmula da viagem, bem, aí muda de figura. Por exemplo, se for na classe electrónica aparece sempre alguma dúvida, que é razoável. Porém, caríssimos e caríssimas viajantes, convém explicar que a música electrónica não significa djs ou produtores – por quem tenho respeito, ou pelo menos pelos que fazem aquilo que a alma manda. Em Portugal, muitos anos antes da nossa revolução, já um dos nossos melhores maestros, e homem sem medo de experimentar, fazia as suas primeiras experiências juntando electrónica ao piano clássico, puro, bem trabalhado e estudado. Seu nome, Jorge Peixinho. Pareceu-me a ligação ideal para este mar onde estão os Whales que tão bem cruzam oceanos, como diriam o Erasmo e o Roberto. Em salas fechadas, desde miúdos, misturam instrumentos e electrónica. Bate certo, chamam para si quem quer viajar, seja para onde for. Seja para fugir de algo, seja porque quer ir. E tão bem que eles estão a fazer isso. 

Não quero propositadamente falar em faixas, nos seus nomes, até porque sei que me arrependeria. Estou a escrever estas palavras em Fevereiro e escuto o disco desde Janeiro. As minhas preferidas já mudaram duas ou três vezes e não vou ficar por aqui. É muito bom sinal.

Não gosto de pormenores técnicos porque nada sei tocar e muito pouco sei produzir, gosto mais de escrever sobre o que sinto perante as músicas ou os discos. Para mim é viagem ao sol, é viagem para descobrir coisas nas músicas e em mim. É um daqueles discos que não queria ouvir aos poucos. É disco e vale por isso – pelo todo. Pouco mais se pode pedir a um disco. Estou muito feliz com ele, para onde ele me leva de cada vez que o escuto.   

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