Após o lançamento do álbum de estreia de Chão Maior – sexteto que junta Yaw Tembe (trompete) a Norberto Lobo (guitarra), Ricardo Martins (bateria), Leonor Arnaut (voz), João Almeida (trompete), Yuri Antunes (trombone) – chega a hora de subir ao palco.
A apresentação ao vivo de “Drawing Circles” tem data marcada para 28 de abril, às 20:30, na Culturgest, em Lisboa.
No concerto da Culturgest, o ensemble conta ainda com a participação de Salomé Pais Matos, em harpa, e de Igor Dimitri nas imagens de vídeo.
Pensado e desenhado no decorrer dos últimos anos, com os primeiros rascunhos feitos em meados de 2018, Chão Maior foi-se tornando no maior projeto musical do trompetista Yaw Tembe e, no início de 2021, viu finalmente a sua estreia em disco, com o lançamento de Drawing Circles, pela Revolve.
Ao longo deste caminho, o músico foi originando diálogos íntimos entre os diferentes membros do que acabaria por se transformar num sexteto plural, mas confluente. Esta união imprevisível foi explorando idiomas, influências e estilos díspares, deixando que Chão Maior fosse absorvendo todo um mosaico de contextos que foram entrando na criação de algo novo e desafiante.
Chão Maior é, então, e sem qualquer desvio, a soma das suas partes, um terreno onde desaguam rock, jazz, folk ou kraut, numa corrente em que improvisação e experimentação ditam os impulsos mais fortes. E, no entanto, essa soma jamais anula as suas parcelas e elementos, com cada músico a deixar a sua respiração e autoridade em composições que se assumem próximas dos sistemas sociais inscritos na música de Sun Ra, em Ghetto Music de Eddie Gale ou no harmolodics de Ornette Coleman. Propõem ainda uma intersecção afetiva com o trabalho de land art de Richard Long, dando um corpo audível ao nome que os identifica nesta demanda sonora.
Photo: Vera Marmelo