Por altura do aniversário e uma década depois do tão prematuro desaparecimento de um dos mais brilhantes compositores e intérpretes portugueses, a sua obra e a memória da sua carismática e empática personalidade serão celebrados em palco em dois concertos únicos.
Bernardo Sassetti foi pianista e compositor, compôs para cinema, teatro, bailado mas foi como músico de Jazz que ficou mais conhecido. Talento singular e criador prolífico sempre cruzou despudoradamente estéticas, referências, géneros e universos com apurada sensibilidade.
Gravou e tocou com inúmeros e prestigiados músicos de Jazz estrangeiros, e em Portugal, entre outros, com Mário Laginha (durante mais de uma década), Carlos Martins, o Moreiras Jazztet (Pedro, Bernardo e João Moreira, seus primos), Carlos Barreto e Alexandre Frazão (o seu Trio).
Colaborou fora do Jazz com Carlos do Carmo, Camané, Kátia Guerreiro, Luís Represas, Rui Veloso, Sérgio Godinho, Da Weasel, só para citar alguns. Era também um exímio fotógrafo e realizador.
A Casa Bernardo Sassetti, criada em Setembro de 2012 para divulgar o legado do Artista (mais de 500 peças originais escritas onde se incluem bastantes inéditos, um vasto espólio fotográfico e também inéditos trabalhos de cinema) e para fomentar a utilização dessa Obra por outros músicos e pelas novas gerações, associa-se a esta iniciativa.
Assim, terá lugar a 30 de Junho, às 21h45m, no Auditório Municipal Ruy de Carvalho, em Carnaxide, o espectáculo Mário Laginha & Pedro Burmester tocam Bernardo Sassetti. Doze anos depois do último concerto 3 Pianos (que juntou durante vários anos em palco Bernardo Sassetti, Mário Laginha e Pedro Burmester), os 2 pianistas homenageiam a obra do parceiro e os momentos partilhados a três.
A 1 de Julho, às 21h30m, será a vez do espectáculo João Barradas Quinteto toca Bernardo Sassetti. O jovem músico e compositor aceitou o desafio de interpretar as composições do homenageado com arranjos originais para um ensemble inédito: Ricardo Toscano no saxofone, Afonso Pais guitarra, Demian Cabaud no contrabaixo e João Lopes Pereira bateria. É a evocação, por certo improvável e surpreendente, feita por um digno representante da nova geração de músicos de jazz portugueses, que soma solicitações e distinções internacionais.
