Estamos da 13 de Setembro… Ao longo dos últimos 25 anos por esta altura já eram conhecidos os artistas que iriam passar pelas Noites Ritual, festival que ‘encerrava’ o Verão e que se realiza (ou realizava) desde 1992 nos Jardins do Palácio de Cristal (ou pavilhão Rosa Mota se preferirem).
Em 2017, o festival, um dos mais antigos do país, celebrava 25 anos com dois dias e dois palcos recheados de concertos, como sempre de música Portuguesa, e com uma homenagem em palco a esses 25 anos pela mão de Rita Redshoes.
Em 2018, e a pouco mais de 2 semanas do final do mês de Setembro, não existe nenhuma informação sobre o festival, quer na página da Câmara Municipal do Porto, ou por parte da Porto Lazer, entidade responsável pela realização do evento.
As Noites Ritual juntamente com o D’Bandada (extinto em 2017) faziam parte da vida cultural da cidade do Porto, que no mês de Setembro com estes 2 grandes eventos celebrava a música Portuguesa, e no caso do D’Bandada trazia à cidade um novo São João.
Em 2017, fruto de outras prioridades, o D’Bandada (que tinha o apoio da NOS) é extinto sem grande justificação por parte da autarquia.
Em 2018 e a julgar pela falta de informação por parte das entidades organizadoras, as Noites Ritual seguem o mesmo caminho que seguiu o D’Bandada no ano anterior, a extinção.
A cultura da cidade do Porto empobrece com o fim destes 2 grandes eventos culturais da cidade, sem grandes justificações por parte de quem dirige os destinos da segunda maior cidade do país.
Este fim de semana acontece a primeira edição do Festival de Circo do Porto, com entrada livre, é sempre bom que surjam eventos novos com o objectivo de abranger um público mais amplo e diversificado, mas que não deve ser feito com o encerrar de um ciclo de eventos já enraizados na vivência da cidade.
Não querendo entrar em polémicas, assiste-se ao abandono cultural da cidade de uma forma lenta e calculista.
texto: Paulo Homem de Melo
photo: Paulo Homem de Melo / Arquivo Glam Magazine (Noites Ritual 2016)