Angelica Salvi maravilha o Jazz 2020

No passado domingo, dia 2 de Agosto, tivemos o prazer de ouvir a Angelica Salvi no anfiteatro da Gulbenkian. A professora e harpista espanhola, residente no Porto, surgiu por entre os jardins, para dar início a um concerto sublime. Geralmente, apresenta-se de cabelo apanhado, ar nobre e clássico a equilibrar a modernidade dos trajes. O álbum tocado tem por nome “Phantone” e foi lançado em 2019 com o selo Lovers and Lollypops.

 

O concerto começou pontual, às 21h30.

A beleza da harpa electrónica, o queixo levantado, a perícia delicada nos dedos.

Tivemos direito a um elemento sonoro extra: o vento a bailar por entre as árvores para além de pássaros e morcegos que, ocasionalmente, esvoaçaram por ali. Tudo contribuiu para adicionar solenidade ao momento.

Podia dizer que ouvir o “Phantone” da Angelica Salvi é como ver um bando de pássaros a desenhar o céu enquanto suspiramos por liberdade. Também imagino que cada vez que toca as cordas da harpa, com tanta dignidade e convicção, caem diamantes no chão. Logo a seguir entro num jardim japonês.

A harpa de Salvi também nos leva para sonoridades mais sinistras e agitadas arrebatando-nos do delírio idílico para um lugar onde a emoção toma formas de firmeza e indignação. Com o input electrónico dado pela loopstation os sons perpetuam-se no espaço e ganham maior impacto, isto é, dramatismo.

Algo sublime de se escutar!

 

Reportagem: Magda Costa

Fotografias: Vera Marmelo / Fundação Calouste Gulbenkian

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