A artista e coreógrafa grega Alexandra Bachzetsis regressa a Portugal depois de já ter passado por Serralves, Teatro Municipal do Porto e Maria Matos Teatro Municipal com uma nova criação. Tal como antes, Bachzetsis usa o seu trabalho para questionar as normas de género que muitas vezes são híper-exploradas no contexto das artes performativas. 2020:Obscene passa pelo TBA nos dias 11 e 12 fevereiro.
As obras da coreógrafa Alexandra Bachzetsis não contam histórias, mas sim evocam situações da vida quotidiana ou do mundo do espetáculo, em particular representações estereotipadas das mulheres na cultura popular contemporânea. A artista desconstrói essas sequências de acontecimentos, isola gestos do contexto familiar e usa a linguagem corporal como material visual, empregando a repetição e o espelhamento como ferramentas na construção de identidades performadas.
A sua nova criação, 2020:Obscene, utiliza corpo, texto e imagem para explorar a ambiguidade entre “cena” e “obscena”. O foco está na relação entre a encenação do corpo excessivo e o seu consumo pelo olhar cobiçoso e a esmagadora textualidade. Por um lado, o trabalho examina os problemas do teatro enquanto máquina de manipulação no que diz respeito à sedução e jogos de identidade sexual; por outro, explora o próprio corpo performativo como um lugar de alienação e limitação do ser humano. A peça não só questiona o subversivo e o normativo nas artes performativas, mas também se aborda a si própria para comunicar através do excesso como uma interrupção radical de formatos, gestos, padrões culturais e arquétipos.
