Álbum de estreia de Tayob J. envolve Amaura e Héber Marques no tema de arranque d’ “A Beleza do Erro”

Aos comandos do Noiz Estúdio tem emprestado uma identidade sónica – de uma versatilidade rara – às vozes e melodias que estão a construir a nova cena musical portuguesa em diferentes amplitudes, do neo soul ao rap, do pop ao r&b (Chullage, Wet Bed Gang, Dino d’Santiago, Virgul, Domingues, Murta, X-Tense NBC, Sir Scratch, Puro L, Soraia Tavares, Domi e tantos outros). Mas eis que a epifania bateu, fez o produtor musical chegar-se à frente e mostrar a marca d’água do “som Tayob J.” no longa duração de estreia, já em velocidade de cruzeiro: “A Beleza do Erro”.

Aquelas palavras mágicas, pronunciadas quando trabalhava com Amaura numa das inúmeras sessões de trabalho no novo LP da artista, compuseram num relance o conceito, então como peças de um puzzle que só existia na cabeça de Tayob J.. E a nova “princesa” do neo soul, que o produtor muito admira, foi na altura uma escolha natural para protagonizar o single de arranque d’A Beleza do Erro, intitulado “O Meu para Sempre”.

A direção dos versos e dos arranjos iniciais fizeram o resto e, em sintonia, caminharam numa única direção, para chamarem também a si o nome “que a música parecia pedir” para compor um trio: Héber Marques, dos HMB. Um “artista que teve um enorme impacto” na carreira de Tayob J., como o próprio confessa sem se deter: “Arrancar com este projeto na companhia de Amaura e Héber Marques transforma este momento profissional num de realização pessoal”.

O som e o videoclipe do primeiro tema do disco serão conhecidos “em meados de abril”, garante Tayob J.. E a ideia passa por fasear durante os próximos meses o lançamento das faixas que se seguirão, até à finalização do álbum, com o selo da Warner Music Portugal. O trabalho comportará “previsivelmente uma dúzia de temas”, com três momentos que funcionarão como introdução e (dois) interlúdios.

“A Beleza do Erro é o meu primeiro disco e tento ser o mais fiel possível à minha identidade musical, que vem do rap e do neo soul. Haverá temas onde essas sonoridades serão evidentes, e outros em que marcarão presença de forma mais subtil. No LP, em algumas músicas, procuro conciliar este universo com uma linguagem mais pop e abrangente e, também, com momentos mais concetuais e com um “sound design mais presente’’, revela a alma mater do Noiz Estúdio.

Filho de mãe brasileira de ascendência polaca e pai moçambicano de origem indiana, Tayob Juskow nasceu na capital portuguesa, mas funde as suas (mundi)vivências iminentemente urbanas – que não só lisboetas – numa direção e produção musicais conscientes do seu ADN multicultural.

A música brasileira que a minha mãe ouvia para sentir um pouco de ‘casa’, ou a música indiana que o meu pai escutava nos domingos de manhã, para regressar às origens, tiveram um impacto gigante na construção do meu universo musical”, reflete.

Aliás, a própria busca das motivações para as palavras e o conceito que fizeram clique neste primeiro álbum é explicada com uma desafogada humildade. É que Tayob J. vê-se como a “anomalia” de uma família de comerciantes que simplesmente seguiu um caminho bem diferente, para criar as oportunidades que lhe permitiram fazer “algo de belo e artístico” na vida. Com as incertezas e os imprevistos próprios dos percursos que incessantemente abrem trilhos por entre uma floresta de tentativas.

Foi ess’A Beleza do Erro, que, mais do que facultar trabalho nas produções de uma grande variedade de músicos, de diferentes estilos, permitiu estender agora o desafio a uma dúzia de intérpretes conhecidos do grande público. Para, “através de cada take, conhecermos as múltiplas perspetivas sobre o conceito”.

A honra da estreia caberá a Amaura e a Héber Marques, que chegarão aos nossos olhos e ouvidos daqui a alguns dias, através do single “O Meu para Sempre”. Quem se seguirá? Saberemos nos próximos meses, numa viagem de descoberta que prolongar-se-á até ao final de 2023. Salvo erro…

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