A Rua das Pretas Invade Coliseu Porto

Ontem, dia 7 de abril, o Coliseu do Porto abriu portas, a um espetáculo verdadeiramente intimista e fantástico. O grupo, liderado por Pierre Aderne, entrou em palco, passavam cerca de 15 minutos depois das 21:00 horas, para nos apresentar um espetáculo, deveras singular.

A disposição da sala, indiciava um espetáculo mais intimista, como se o público, para além de espectador, teria um papel a desempenhar. O grupo encontrava-se fora do palco, sentado na plateia, rodeado pelo público sentado em frente, e nas laterais.

 

Logo à entrada foi servido um copo de vinho, para se ir saboreando durante o concerto, que estava dividido em duas partes, logo com um intervalo, para voltar a encher o copo, e degustar o concerto e o vinho. O Coliseu não encheu, e o público presente, já sabia, ou suspeitava o que o esperava. Eu, não! Fui às escuras, e foi o que fiz melhor! Assisti a um concerto único, e senti-me parte integrante do mesmo.  Pierre Aderne é um comunicador nato, um contador de histórias fabuloso, envolve-nos de uma forma, e prende-nos a atenção de uma forma quase hipnótica.

 

Adorei tudo! Era capaz de os ficar a ouvir toda a noite, o intervalo pareceu-me imensamente longo, tal era o desejo de os ouvir cantar e tocar. A voz da Joana Amendoeira é fabulosa, a guitarra portuguesa, chorou com alma e sentimento, de tão bem tocada que foi.

Os temas que destaco, todos, especialmente os que tiveram a participação deste público mais adulto, que marcou presença no Coliseu. A título de exemplo, “Um Lugar Para Ficar”, com Paulo Praça; “Foi Deus”, com a voz de Joana Amendoeira; os temas de Vinicius De Moraes; a voz da Karla; tudo perfeito, e tão pessoal e envolvente, que dava a sensação de estarmos reunidos na casa de um amigo, a partilhar episódios caricatos da nossa vida, enquanto uns dos nossos amigos tocavam e cantavam.

Simplesmente genial, e de um extremo bom gosto. Fui muito bem recebida na Rua das Pretas, espero lá voltar!

É tão bom podermos escolher o vemos, o que lemos, ter acesso a coisas que damos por garantido, quando aqui ao lado, um povo luta com todas as forças, para não perder esse direito de escolha. A Cultura, a Arte, em si foi sempre um veículo de transmissão de pensamento, de conhecimento, de opinião. Vamos valorizar e enaltecer aquilo que alcançamos, um dia, também com sacrifício, para hoje podermos usufruir, e escolher.

 

Reportagem: Ana Cristina
Fotografias: Sergio Pereira

 

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