A Oficina em Guimarães propõe uma simbiose das artes ao longo da sua programação de janeiro a abril

A Oficina lança a programação cultural dos próximos meses com o entusiasmo da criação e da partilha artística a refletir-se em diversos espaços culturais de Guimarães como o Centro Cultural Vila Flor (CCVF), o Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), a Casa da Memória de Guimarães (CDMG), a Loja Oficina (LO), bem como o Centro de Criação de Candoso (CCC) e o Espaço Oficina (EO), casas regularmente disponíveis para receber e instigar em torno de matérias que nos tornam mais completos e que, com todos, contribui para a nossa evolução, em conjunto, em sociedade.

 

No âmbito da programação de artes performativas deste quadrimestre, alguns dos naturais destaques orientam a atenção para o já mais que afirmado festival internacional de dança contemporânea de Guimarães, o GUIdance (1 a 10 fevereiro), que irá proporcionar uma viagem por outras culturas e identidades através de um programa que amplia o nosso olhar sobre a natureza humana.

 

Abrilhantando a noite de 20 de janeiro, surge o concerto de Rodrigo Leão, que traz ao CCVF o seu novo álbum “Piano para Piano“, em parceria com a sua filha Rosa. A energia da música prossegue a 24 de fevereiro com “Zeitgeist“, o novo (e sétimo) disco de The Legendary Tigerman, que promete fazer tremer a caixa de palco do Grande Auditório Francisca Abreu. Outro concerto que seguramente irá surpreender e emocionar o público será protagonizado pelo cantor e músico português António Zambujo a 16 de março, que se apresenta no formato quinteto para apresentar a sua “Cidade“, décimo álbum de estúdio do próprio, inteiramente composto e escrito por Miguel Araújo.

 

Navegando em força pelo universo musical, a primavera conduz até ao Westway LAB. Após cumprida a primeira década de influência no setor da música, ao implementar um sistema inovador no domínio da criação através da realização de Residências Artísticas em conjugação com as Conferências e o Festival, o Westway LAB arranca para novo ciclo à sua 11ª edição (10 a 13 abril), ligando o cinema à música, com o objetivo de se mover num campo mais amplo, o do “som & imagem”.

A potência transformadora da dança e da música revela-se também com “Glimmer” (9 março), fruto da colaboração entre Rui Horta e os Micro Audio Waves, que, 15 anos depois de “Zoetrope“, voltam a encontrar-se num espetáculo audiovisual, performático e tecnológico, oferecendo uma fusão entre o trabalho do coreógrafo e a eletrónica pop, rock e experimental da banda.

A programação do CCVF vai ter ainda mais momentos de realce como as apresentações de “Uma Partícula Mais Pequena do que um Grão de Pó” (9 março) da dupla Sofia Dias & Vítor Roriz, de “Pérola Sem Rapariga” (23 março) de Zia Soares, e ainda “Take” (27 abril) de São Castro e António M Cabrita.

As artes performativas d’A Oficina vivem também, incontornavelmente, através da sua companhia de teatro. Assim, o Teatro Oficina apresenta uma empolgante programação onde se destaca a coprodução do “Festival END – Encontros de Novas Dramaturgias” (18 a 20 março), uma produção do Colectivo 84 que promove e divulga a escrita original para o teatro e outras formas performativas, convidando dramaturgos a partilhar os seus mais recentes trabalhos. Além disso, a companhia vimaranense propõe momentos de comunhão e partilha no Espaço Oficina que promovem a arte dramática e criativa, sempre imbuídos de aberta multidisciplinaridade, explorando temáticas contemporâneas relevantes.

Nos próximos meses, estes momentos consubstanciam-se com as leituras de “A gente na boate sofre” de Diego Bragà (24 janeiro) e de “Landschaft” de Tiago Vieira (17 abril), e ainda os ensaios abertos de “Transtronado Spectaculum” de Eduardo Corono (7 fevereiro), “Secretárias” de Five Lesbian Brothers / Maria Inês Marques (14 fevereiro), e “Lugar X” de Catarina Vieira (18 março).

 

Alternando a rota com rumo às artes visuais, o dia 24 de fevereiro vai ser assinalado por vários acontecimentos de relevo como a inauguração de “Terra Estreita” no Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), uma exposição que apresenta a vitalidade irredutível da arte do Médio Oriente e que oferece um olhar sobre questões como o território, a identidade e a liberdade, atravessando diferentes projetos e trabalhos de artistas contemporâneos. Na mesma data, decorre uma doação de José de Guimarães, com a presença do próprio, de 98 peças da sua autoria e pertencentes à sua coleção, que assim se juntam ao acervo de 1128 obras atualmente expostas no CIAJG. O mesmo dia assinala igualmente a inauguração de “Superfícies não orientáveis” no Palácio Vila Flor, exposição que reúne os artistas Diogo Martins, Igor Gonçalves, João Melo e Mariana Maia Rocha para aqui apresentar um percurso imersivo e labiríntico com pintura, desenho, escultura e media art.

 

Com natural epicentro na Casa da Memória de Guimarães (CDMG), são várias as novidades que são lançadas entre janeiro e abril e que convidam a viver este espaço. Exemplo disso é o “Remoinho“, de Liliana Duarte, um projeto de investigação e de celebração comunitária que apresenta uma série de momentos – desde oficinas a palestras e performances, convocando também a música – destinados a celebrar e explorar a vida e a importância do pão na cultura de Guimarães. Outro dos pontos de programação passa pela iniciativa “Nome de Família: Guimarães”, que através de uma oficina (10 e 17 fevereiro) e uma mesa redonda composta por historiadores e genealogistas (16 março), será o tronco da CDMG para 2024, tomando por substrato a investigação sobre as raízes de uma árvore enorme com muitos ramos genealógicos que brotaram neste território.

À medida que abril se aproxima, a diversão promete acontecer na CDMG com um conjunto de oficinas de construção e toque de adufe, oferecendo uma experiência única de encontros musicais e expressão artística. Embalados pelo som do adufe, há que nos prepararmos para o dia de celebração e afetos que assinala o “8º Aniversário da Casa da Memória” (25 abril), contando com uma variedade de atividades (oficinas, visitas e espetáculos) para todas as idades.

E nesta Casa há também espaço para termos a diversidade da nossa comunidade espelhada nas nossas mesas com “Receitas de Família”, encontros mensais na companhia de cozinheiras e cozinheiros convidados de diferentes países (sábados 13 janeiro, 17 fevereiro, 23 março, 20 abril) que irão ligar verdadeiramente as pessoas e as comunidades, no ato de comer, beber e contar histórias. Semanalmente, as quintas-feiras (das 19h00 às 20h00) também dão palco a “Bailar em Casa”, uma iniciativa que promove o encontro e a partilha de músicas e danças de diferentes ritmos e latitudes.

 

Na órbita da programação levada a cabo pel’A Oficina encontram-se também as atividades a cargo do seu serviço de Educação e Mediação Cultural, que atravessam os vários espaços culturais geridos e programados pel’A Oficina, como oficinas criativas e artísticas multitemáticas, visitas orientadas, espetáculos e formações. E para terminar este périplo, há também que referir um espaço incontornável da criação artística em Portugal, o Centro de Criação de Candoso (CCC), um centro de residências artísticas que tem sido ponto de passagem obrigatório de alguns dos principais criadores nacionais e internacionais, como são exemplos Rui Horta e Micro Audio Waves, Catarina Vieira, os participantes do Festival END e da 11ª edição do Westway LAB, que nos próximos meses têm a sua estada agendada neste local para lá se inspirarem e desenvolverem as suas obras.

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