A juventude perdida… dos The Psychedelic Furs ao vivo

Dizem que em 1977 Richard Butler e o irmão Tim Butler não eram propriamente uma simpatia… dizem… A verdade é que em 1977 os tempos eram outros nomeadamente na Londres de finais dos anos 70, onde o clima de crispação e agitação social não deixava ninguém feliz… mas que origem e muitos e interessantes projectos musicais.

No meio desse burburinho musical, a corrente post-punk dava cartas, e mais uma vez o Reino de Sua Majestade via na música uma forma de expressão e revolta junto dos mais novos.
Voltando aos irmãos Butler, depois de vários nomes, The Psychedelic Furs surgia como a definição perfeita do timbre musical que pretendiam transmitir, aliando a agressividade vocal de Richard com a sonoridade vincada dos restantes elementos da banda, encontrando paralelo no outro lado do oceano em nomes como Talking Heads entre outros.

Passados mais de 40 anos, os The Psychedelic Furs fazem-se à estrada em digressões abrangentes, sempre com os traços energéticos que os caracterizaram em finais dos anos 70 e início dos anos 80.
Usando a expressão “… como o vinho do Porto”, facilmente se chega á constatação que os The Psychedelic Furs não encostaram as chuteiras, pelo contrário. A energia em palco de Richard, bem acompanhado em palco com músicos que o têm acompanhado à mais ou menos tempo, é a receita de sucesso para uma banda que apesar de manter uma grande longevidade, deixou apenas 7 discos de originais gravados.

São discos mais que suficientes para terem ao longo de 4 décadas conquistado uma legião de fãs bem presente e fiel, que sabe de cor temas tão carismáticos como “Sister Europe”, “Love My Way” ou os intemporais “Pretty in Pink” e “Heartbreak Beat”.
A noite de ontem no Hard Club foi palco desse revivalismo vincado, e sobretudo vivido de uma forma transcendente por todos que dentro e fora de palco acompanharam Richard Butler ao longo de 90 minutos de concerto.
Um público predominantemente adulto, viveu uma segunda juventude vibrando com as canções que marcaram a sua (e deles, banda) geração.

Longe do ar sisudo que diziam que os irmaõs Butler tinham na altura em que resolveram dar a conhecer as suas canções, o concerto serviu como uma conciliação com o fãs que partilharam de uma forma intensa a energia de Richard, que não se negou a cumprimentos, fotografias e interactividade com o público, que de uma forma mais ordeira ou não acompanhava as canções, deixando Butler, figura central da banda,  por vezes surpreso, por vezes reconfortado.
Pelo meio surge “Boy Invented Rock & Roll”, segundo Richard um tema novo, mas que sem o acompanhamento dos restantes, rapidamente cativou a atenção dos fãs.

 

No final era mais evidente que os The Psychedelic Furs conseguem segurar um público exigente, que depois de um “Heartbreak Beat” cantado em plenos pulmões, obrigariam a banda a regressar com “India” no encore. O público queria mais, mas os The Psychedelic Furs recolheram e levam a sua vitalidade e energia em palco mais logo a Lisboa.

Alinhamento

Dumb Waiters

Mr. Jones

Love my Way

There’s a World Outside

The Ghost in You

Like a Stranger

Sister Europe

Heaven

All that money Wants

Into you Like a Train

Boy Invented Rock & Roll

Pretty in Pink

President Gas

Sleep Comes Down

Heartbreak Beat

India

 

Fotografias / Reportagem: Paulo Homem de Melo

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