Portugal Fashion arranca na Invicta…

Começou, ontem, dia 13 de outubro de 2021, a 49ª Edição do Portugal Fashion, na Alfândega do Porto. Desta vez, com público, o que torna os desfiles mais emocionantes, embora continue com emissão online, dando assim hipótese a ser visto em vários pontos do país e fora dele.

 

O primeiro desfile foi o de Anissa Aida, que apresentou uma coleção super confortável para a próxima primavera/verão 2022. A coleção apresentava padrões essencialmente lisos,  ou com riscas, e os tons predominantes eram todas as tonalidades de azul e alguns cinzas. Os tecidos utilizados foram o linho, o algodão e o tule, nas transparências.

Vitor Dias, vencedor da primeira edição do Concurso Ecodesign Bloom Portugal Fashion by Famalicão Cidade Têxtil, foi o segundo criador a apresentar a sua coleção.

Esta caracterizou-se, também, por ser prática, fluída e com peças essencialmente largas e confortáveis. Os tecidos utilizados são o linho e a ganga fina com lustro, os tons escolhidos foram, também, os azuis, a cor natural do linho e os mesclados com verde, roxo, azul e creme. Nesta coleção destacava-se os bolsos grandes e de “chapa”, assim como em alguns modelos o estilo gabardine.

A criadora que se seguiu foi, Doreen Mashika, que apresentou uma coleção diversificada, utilizou tecidos alinhados em tons de azul, cinzento e com padrões às riscas, mangas balão recortadas, vestidos recortados, como se tivessem partes “descosidas”, muito interessante, muito praia e “esplanada”, final de tarde.

Por outro lado, apresentou, também, vestidos em cores quentes, compridos. Tecidos magníficos que nos levam a África, às capulanas, lindíssimo.

O quarto desfile, um desfile coletivo BLOOM UPLOAD, incluiu os criadores AHCOR, HUARTE e Rita IBS.

Os modelos apresentados pela AHCOR, caracterizaram-se pela cor, cores vivas, misturadas com pérolas enormes, transparências, tule, calças com saiote traseiro, muito diversificado e diferente.

HUARTE, apresentou uma coleção espetacular, toda praia, toda mar. Calças de ganga com um padrão muito bonito, calças de rede, com fio de algodão, espetacular.

Uma coleção masculina muito descontraída e a primar pelo bom gosto e inovação. Uma coleção muito “loja”, muito vendível, muito “malta do surf e do skate”.

A coleção apresentada por Rita IBS, também primou pela diferença. Os materiais escolhidos foram as malhas em tons creme, cru, os quadrados preto e creme. Destaco o vestido vermelho sem costas e o vestido preto com as transparências e as penas, estes sem serem em malha.

Os vencedores do prémio do Concurso Bloom  Powered by Sonae Fashion, Maria Carlos Baptista e Marcelo Almiscarado, apresentam as suas coleções.

Maria Carlos, opta por materiais como a renda preta e couro preto. Os vestidos em renda são colados ao corpo, e audaciosos.

Por sua vez, Marcelo Almiscarado, destacou-se pela originalidade, todos os modelos desfilaram calçados com crocs, saias rodadas em tecido brilhante, tipo Shantung com saiotes em tule branco, vestidos com transparências e um vestido todo em fio de lã, que deixava o corpo da modelo todo a descoberto.

O sexto desfile coube a MAFI MAFI, as cores predominantes foram o azul, o verde, o rosa claro, o salmão, destaque para os vestidos, tipo camiseiros até aos pés, os casacos e os sacos.

Os tecidos não eram lisos, eram tipo mesclados, e continham alguns bordados, muito originais.

 

E este primeiro dia de desfiles termina com a apresentação da coleção da marca ARIEIV, também ela vencedora do Concurso Bloom em 2017, criada pelo designer José Pinto.

Esta coleção destaca-se pela diferença, as peças são arrojadas e o brilho dos tecidos é predominante. Os chapéus tipo cowboy em fazenda são muito bonitos, e as cores também, lilás, vermelho, entre outras. É uma coleção boys and girls, com peças como o corpete, calças sobre calças, em que predomina um tipo de tecido entre o Lame, Shantung e o Vinil, ora liso, ora às riscas ou com estampados. Uma coleção, tanto para homem, como mulher, que se destacou pela  exuberância, pela diferença, pelo impacto.

As minhas primeiras impressões são,  que para quem vem do mundo dos concertos, da música, tudo é novo, é um mundo diferente, é arte e cultura numa outra dimensão. Não são os ouvidos que “comem”, são os olhos, a sensação predominante é a visual, é um sentir totalmente diferente, mas que também arrepia, e sobretudo, é impactante. É um mundo novo, diferente, mas também ele composto por pessoas que dominam a sua arte e que precisam de público a assistir para que o feedback seja imediato.

Se gostei deste primeiro dia? Adorei, como eu costumo dizer, Amei de Paixão, porque a Arte é apaixonante, é o que mata a fome da alma, e a alma precisa de alimento, como o corpo!

 

 

Reportagem: Ana Cristina Tavares
Fotografias: Paulo Homem de Melo

 

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