A “Endless Voyage” dos Sunflowers recomeçou em Lisboa

A última sexta-feira, dia 4 de Setembro do maldito ano Covid-19 ou 2020 – que é dizer o mesmo – esteve marcada pelo querido regresso aos palcos do melhor trio de psycho punk do momento, os Sunflowers.

A banda do Porto desceu primeiro à capital para pisar o novo palco do terraço da Casa do Capitão cujo leme pertence à Cultural Trend Lisbon, a mesma produtora que dirige o Musicbox. Dia 9 de Setembro, poderão assistir ao concerto dos Sunflowers na Feira do Livro da Invicta, mediante levantamento prévio das entradas grátis. Lotação limitada.

 

Olhando à volta era fácil verificar todas as mesas ocupadas.

O concerto começou às 18h50, sensivelmente. O trânsito típico de sexta-feira, em plena hora de ponta, foi mais que insuficiente para deter ou atrasar demasiado os presentes.

O “Endless Voyage” foi lançado em Fevereiro de 2020, com o selo da francesa Only Lovers embora tinha visto pouco a luz do palco devido à interrupção e cancelamento das tours nacional e europeia, respectivamente. O álbum mais conceptual da banda, com algumas faixas assumidamente consideradas inapropriadas para tocar ao vivo, manteve a qualidade com a que destacaram, já em 2016, no LP “The Intergalactic Guide to Find The Red Cowboy“. Prova disso são os frutos de publishing da faixa “Post Breakup Stoner” escolhida para o anúncio deste Verão da cerveja Sagres. Ainda assim foi “Zombie” do mesmo álbum a ocupar o terceiro lugar da setlist na Casa do Capitão.

Contemplation” do “Endless Voyage” serviu de passagem para a homónima, Endless Voyage I. “Studiomaster” ou um outro “Big Brother” como símbolo de dominação maligno e mecânico é a premissa para expressar um verdadeiro sentimento de inquietude em relação ao futuro num mundo post-humanista com ar pre-apocalíptico que teima em submeter-nos.

Em menos de uma hora a viagem tinha terminado para iniciarem os uncores, sim dois, afinal o “Endless Voyage” demora apenas 40 minutos. “Charlie don’t Surf (…) but he plays and he plays and he plays and he plays all night long!”. Todos sabem bem isso!

Com pancadinhas de amor ritmadas nas mesas e cabeças à abanar para receber e reagir ao primeiro encore! Estávamos com vontade de mais e por isso pedimos o segundo!

“Mama Kim” inserida no primeiro Ep da banda, “Ghost, Witches and Pb & Js” lançado em 2015, encerrou a brisa de potente ar fresco que estes meninos são para o panorama musical português. Com ou sem prancha, é só curtir! O Carlos ainda ficou mais um bocado no palco com a guitarra para nos mostrar como é que se faz! Pretty cool indeed!

Reportagem: Magda Costa

Fotografias: David Romão

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