Viagem à Espanha do renascimento encerra ciclo “Reencontros”

A edição 2018 do ciclo “Reencontros” despede-se no próximo fim de semana com Accademia del Piacere, criados em 2002, em Sevilha, pelo extraordinário gambista Fahmi Alqhai. Ao Palácio Nacional de Sintra, eles trazem, nos dias 27 e 28 de julho, dois programas distintos que propõem dois diferentes modos de imersão na música instrumental espanhola do Renascimento.

 

Na sexta-feira, 27 de julho, o programa “Redescobrindo Espanha – “Fantasías, diferencias y glosas” na música espanhola dos séculos XVI e XVII” revisita a primeira gravação do grupo para a editora Glossa (de 2013). Trata-se aqui de observar o repertório instrumental da época à luz das práticas da variação e da improvisação, tendo por um lado em atenção os tratadistas coevos, como o espanhol Ortiz ou o veneziano Ganassi, mas inscrevendo na ‘performance’ deste repertório uma apropriação moderna do modo de fazer essas ‘transformações’. Isto é, a prática musical como reflexo da formação dos músicos e do seu meio circundante, então como agora.

 

No dia 28 de julho, sábado, a Accademia del Piacere irá iluminar os dois polos em redor dos quais se desenvolvia a vida musical na Sevilha dos séculos XVI e XVII, época do apogeu do comércio das Índias. O programa intitula-se ‘Hispalis Splendens – Música na Sevilha do Século de Ouro’ e aborda, por um lado, a música instrumental profana praticada no “século”, desde os meios populares aos círculos aristocráticos e da grande burguesia da cidade; e, por outro, a música religiosa, que tinha por centro irradiador a grandiosa catedral hispalense, concluída em 1506. Como pano de fundo, ainda, a transição do humanismo renascentista para o misticismo da Contrarreforma. Termina deste modo a quarta edição dos “Reencontros”.

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