TNSJ ´abre´ a programação do Centenário com estreia de Castro

Castro, a partir da obra do poeta António Ferreira, é um espetáculo de muitas “primeiras vezes”. É a peça que ‘abre’ a programação do Centenário do edifício do Teatro Nacional São João – projetado pelo arquiteto Marques da Silva – e é também a estreia de Nuno Cardoso, diretor artístico da instituição, na dramaturgia portuguesa. Além disso, Castro é o primeiro projeto da Casa a contar com a companhia de atores “quase” residente, apresentada este mês, e é ainda o primeiro espetáculo a materializar a política de descentralização que o TNSJ quer levar a cabo.

 

Escrita em 1598, Castro é uma das obras pioneiras da tragédia clássica em Portugal. A peça, que se revela uma leitura particular do drama histórico/lenda/mito dos amores de Pedro e Inês, coloca-nos na intimidade concreta das personagens que se revelam cativas de si próprias e da sua irredutibilidade. Com uma modernidade e densidade intrínsecas, o espetáculo apresenta-se como um imenso palco-casa-país, espécie de maquete gigante dos espaços da ação, célula familiar primordial e claustrofóbica.

Em Castro, como em A Morte de Danton, última produção própria do TNSJ, estreada em setembro de 2019, a questão da utopia (do amor, como da revolução) é crucial, expondo o amor/desejo e o poder como vício e caos.

 

Além do elenco “quase” residente – composto por Afonso Santos, Joana Carvalho, João Melo, Maria Leite, Mário Santos e Rodrigo Santos, Castro conta também com as interpretações de Margarida Carvalho e Pedro Frias. A dramaturgia é assegurada por Ricardo Braun, sendo que os figurinos são assinados por Luís Buchinho.

 

A peça estreia-se a 5 de março, no Teatro Aveirense (Aveiro), estando em cena até dia 7 do mesmo mês.

 

Photo: João Tuna

 

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