Pelo terceiro ano, o Festival Para Gente Sentada regressou na noite de sexta feira a Braga. A abertura teve lugar na Rua do Castelo no centro da cidade com o projeto West Coast Man. Pedro Caldas, o homem atrás deste projeto, para o qual escreve e compõe as suas próprias músicas saiu dos subúrbios para as apresentar acompanhado numa noite outonal mas amena. Longe da pequenez dos subúrbios, deu a conhecer as canções do seu EP de estreia em pleno centro da cidade, entre olhares e ouvidos atentos, ou captando a atenção de quem passava pela zona comercial de Braga ao final de tarde de sexta feira.
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A abertura do festival em palco aconteceu no Theatro Circo. Primeiro intimidada pelo espaço, mas depois, sempre feroz e de forma independente, a abordagem de Alice Phoebe Lou perante a música foi notória ao longo dos 45 minutos que se deu a conhecer pela primeira vez ao público Português.
A jovem sul-africana atraiu a atenção do público através das suas narrativas honestas e bem como a sua crua, mas encorpada sonoridade musical, desenvolvida e aperfeiçoada pelas ruas de Berlim. A outrora artista de rua na capital alemã, conseguiu de forma gloriosa conquistar o seu espaço num espectro musical que varia entre a folk, a pop mas sempre com umas pinceladas de jazz.
O seu novo disco “Orbit” onde essas sonoridades são notórias, serviu de suporte a um concerto dinâmico, ora tímido mas sempre decidido pela sua presença em palco. De aspecto frágil, a suave harmonias vocal das suas canções foram o reflexo de quem subiu na música com dedicação e sabedoria, seguindo da melhor forma o conceito DIY tomando como exemplo a canção “Hot Dreams”, um original de Timber Timbre.
Canções como “Nostalgia” ou “Galaxies” retratam a forma que esta aventureira sul africana resolver pegar na sua ‘vida’ e viajar para a Europa para fazer aquilo que gosta… cantar.
Se “Momentum” editado em 2014, era a rampa de lançamento de uma jovem na altura com 20 anos, precisava para hoje percorrer os palcos mais importantes do mundo, como o caso do Theatro Circo em Braga.
Com espaço para crescer, Alice Phoebe Lou é daquelas artistas que vai deixar (boas) recordações da sua passagem pelo Festival Para Gente Sentada.
Fotografias e Reportagem: Paulo Homem de Melo
