The Black Mamba… entre a América do sagrado e a Europa do profano

Vamos recuar até ao verão de 2019… na altura promovia-se um disco chamado “The Mamba King”, editado ainda em 2018. Falamos claro do último disco de originais dos The Black Mamba, para muitos a banda de Tatanka

Desde esse verão de 2019, muita coisa mudou na carreira e no percurso da banda de Tantanka. Sim a banda que era do Tatanka e do Miguel Casais é agora de todos, de todos os que sobem a palco e assumem a entrega total na apresentação das canções num verdadeiro  vulcão sonoro.

Regressemos ao verão de 2022… a banda que já não é só de Tatanka, embora assente na figura carismática do músico, assume-se como um dos projectos musicais nacionais mais queridos junto do público nacional.
Podia-se dizer, ai foi o festival e tal… mas não… A música dos The Black Mamba é muito mais, e ainda bem, que “Love is on my side”. A música dos The Black Mamba irrompe de uma América carregada de espíritos e simbologias musicais que que existe em cada um de nós e não é um local físico. O ‘reverendo-mor’ ou por outras palavras, o encantador de serpentes (Black Mamba é uma serpente), mistura essa espiritualidade, inspirada por tradições milenares, onde a imensidão sonora africana ocupa igualmente o espaço entre a América do sagrado e a Europa do profano.
Como reverendo-mor, Tatanka assumiu a responsabilidade de arrastar o público colina abaixo no final de tarde do primeiro dia do Rock in Rio para junto do palco Galp Music Valley, para participar na celebração.

Do burburinho do público surgiam expressões como, ‘deviam estar no palco principal’… quem sabe se esse é o caminho a percorrer. Como uma serpente cautelosa, a carreira desta endiabrada serpente faz-se devagar, saboreando as várias presas musicais que surgem em casa recanto, o último dos quais no profano da velha Europa, entre becos e bares de alterne em Amsterdão.

O concerto foi… como não podia deixar de ser, uma liturgia musical, entre a soul, o blues e o rock, enfatizando todas as preces sonoras que já habituaram o público que os segue como devotos fieis.

Ahhh… E não faltou “Love is on my side”

Reportagem: Sandra Pinho

Fotografias: Érica Homem de Melo

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