teatromosca apresenta a sua programação para 2023 sob o mote “Contra o medo”

Em 2023, o teatromosca inicia um novo ciclo de programação ao qual chamou “Contra o medo”. Para os próximos anos, a companhia concebeu um plano de atividades que se reveste de coragem, como ação do coração, lembrando a frase da psicóloga Susan David: “Coragem não é a ausência de medo, coragem é o medo a caminhar”.

Assim, procura-se neste período histórico devoto à velocidade, desacelerar e, num ato de coragem, olhar para o mundo, prestar atenção às pessoas, e refletir. Pretende-se arriscar, conhecer outros modos de viver, pensar, criar; fazer de forma diferente; combater estereótipos e sair da nossa zona de conforto. Esta energia contaminará todas as áreas de ação da companhia – da criação de espetáculos, à colaboração com outros artistas e coletivos, passando pela  programação do AMAS – Auditório Municipal António Silva e do MUSCARIUM – festival de artes performativas em Sintra, assim como pelos projetos comunitários.

 

Em 2023, o teatromosca estreia duas novas coproduções, “Respirar (doze vezes)” e “Os Protegidos”. Em paralelo, a companhia terá em fase de pré-produção outros cinco projetos, nomeadamente, a coprodução de três espetáculos, a criação de um novo passeio sonoro, MODOS DE VER: _ _ _, e o lançamento de um livro.

 

“Respirar (doze vezes)”, um espetáculo para toda a família, apresenta uma criança e um homem velho na partilha dos seus medos. No quarto da criança, a meio da noite, estas duas personagens falam do medo do aquecimento global, medo de não serem amados, de serem gozados, ou do medo do primeiro bypass. Marie Suel, dramaturga francesa e autora do texto, é também cantora e teclista de um grupo rock, inscreve na história muita música. Uma coprodução do teatromosca, Teatro Art’Imagem e La Tête Noire, La Compagnie (França), com encenação de Patrice Douchet e música original de Noiserv. O espetáculo tem estreia prevista para 16 de setembro de 2023 no AMAS no âmbito do MUSCARIUM#9 – festival de artes performativas em Sintra.

 

Em novembro estreia “Os Protegidos”, criação teatral a partir do texto da autora austríaca, Elfriede Jelinek, Prémio Nobel da Literatura em 2004, numa coprodução do teatromosca, Theatro Circo, Braga, e Colectivo Glovo, Galiza. A história é baseada num acontecimento real – a presença em território austríaco, no final de 2012, de cerca de 100 refugiados de várias nacionalidades e em busca de asilo. Os ensaios iniciam-se em maio, e contarão com momentos de formação abertos ao público. O espetáculo terá encenação de Pedro Alves e banda sonora original, interpretada ao  vivo, pela violoncelista Joana Guerra.

 

Dando continuidade à aposta em carreiras mais longas e em transmissões online e em direto dos espetáculos, o ano de 2023, no AMAS – Auditório Municipal António Silva, abrirá com chave de ouro com o acolhimento de “CICLONE”, criação de Leonor Cabral e LAMA Teatro, que investiga a condição meteorológica sobre a condição humana e cuja estreia ocorreu no âmbito do Festival Temps d’Images.

 

Já em fevereiro, a Companhia da Esquina apresentará “Look Back in Anger” de John Osborne, espetáculo sobre um casamento em deterioração. De seguida, a Companhia João Garcia Miguel levará à cena “Ode Marítima”, um monólogo que é muitos diálogos com o mundo inteiro. A partir de Fernando Pessoa, João Garcia Miguel apresentar-se-á acompanhado em palco pelo grupo musical Danças Ocultas, quarteto de concertinistas com uma carreira com mais de 30 anos. Ainda em fevereiro, o teatro meia volta trará consigo “Q de Quê?”, espetáculo em forma de pergunta dirigido a crianças e jovens, que pretende refletir sobre diversidade, identidade e expressão de género.

 

Em março, será a vez da companhia da casa repor o seu mais recente espetáculo dedicado ao público infantojuvenil, “Odeio a Minha Irmã”, criação dividida em dois monólogos: um em que escutamos a voz da irmã mais velha e outro em que o protagonismo é entregue à mais nova. Neste mesmo mês, a jovem companhia sintrense TEATROCORRENTE, apresentará o espetáculo “Black-Box”, uma reflexão sobre a Humanidade como um grande formigueiro em carreiro. Para finalizar março, outra companhia do concelho de Sintra, a Musgo Produção Cultural, com “Provavelmente Saramago”. Nesta produção, um ator, depois de ser rejeitado num casting para um filme sobre Saramago, resolve montar um espetáculo teatral no qual revela a sua deceção com o cinema.

 

Em abril, o teatromosca voltará a apresentar um dos seus espetáculos para o público infantojuvenil, “Romance do 25 de abril”, a partir do romance homónimo de João Pedro Mésseder e Alex Gozblau.

 

Em maio, a dança chegará ao palco do AMAS. “TIME” de Aldara Bizarro e produção do Teatrão, é uma peça de dança para adolescentes, criada para três atores, em torno do tema “tempo”, como resposta ao desafio de se trabalhar, a ideia de utopia e de mudança. Por último, a Mákina de Cena apresentará “Samotrácias”, um canto de sobrevivência, um grito de três mulheres que se agarram à sua ânsia de emigrar e que, esmagadas pela crença num outro futuro, vêem o seu propósito desvanecer-se numa viagem cruel.

 

No próximo ano, o teatromosca continuará a dinamizar distintas atividades, desde aulas de teatro para crianças e jovens, passando pela tutoria do grupo de teatro Duas Senas e do grupo de Teatro Sénior. Na Casa da Cultura Lívio de Morais continuarão os trabalhos em torno do arquivo da companhia, o projeto Fabricar Teatro.

 

Photo: Vitorino Coragem

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