Teatro Nacional São João entra em 2023 a receber Casa Portuguesa de Pedro Penim

A programação do Teatro Nacional São João para o primeiro mês de 2023 arranca a 5 de janeiro a questionar a sociedade e os sistemas políticos com o espetáculo Tratado, a Constituição Universal, no Teatro Carlos Alberto.

A 12 de janeiro é a vez do Teatro São João abrir as portas ao novo ano com Casa Portuguesa, a primeira produção de Pedro Penim enquanto diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II. Ainda em janeiro, o Teatro Carlos Alberto recebe a última encenação de Jorge Silva Melo, Vida de Artistas, entre os dias 19 e 22.

A fechar o mês, o Teatro Nacional São João dá início à mostra de espetáculos internacionais Finisterra, apresentando Iphigénie, de Tiago Rodrigues, um espetáculo do Théâtre National de Strasbourg coproduzido pelo TNSJ.

 

Questionar a sociedade e os sistemas políticos – nomeadamente a democracia, pelo seu insucesso na resolução de questões como o fascismo, o racismo, a xenofobia ou a guerra – é a proposta da peça que abre o ano do Teatro Carlos Alberto. Tratado, a Constituição Universal é uma criação de Diogo Freitas, diretor artístico da jovem estrutura Momento – Artistas Independentes. Passa-se nos Estados Democráticos Unidos, onde cada Estado é governado por um regime diferente e onde os conceitos de naturalidade e de migração não existem.

Encenada por Diogo Freitas, Tratado, a Constituição Universal tem interpretação e texto partilhados por Filipe Gouveia, Genário Neto, Inês Fernandes, Maria Teresa Barbosa e Pedro Barros de Castro. A peça é uma coprodução do Teatro Nacional São João.

Tratado, a Constituição Universal está em cena entre os dias 5 e 8 de janeiro, no Teatro Carlos Alberto. Pode ser vista quinta-feira e sábado, às 19h00, sexta-feira, às 21h00, e domingo às 16h00.

 

No primeiro espetáculo do ano, o Teatro São João cede o palco a uma produção do seu teatro-irmão, fechado para obras de reabilitação em 2023. É com Casa Portuguesa, a primeira encenação de Pedro Penim enquanto diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, que o São João começa o ano. O espetáculo conta a história (ficcional) de um ex-soldado da Guerra Colonial que, em diálogo com os seus fantasmas, se confronta com a decadência e a transformação do ideal de casa, de família, de país e do cânone da figura paterna.

Em Casa Portuguesa, Pedro Penim conjuga três materiais – o fado, os diários de guerra e o ensaio filosófico – para continuar a refletir sobre o conceito de família, uma reflexão iniciada em Pais & Filhos, que o São João apresentou em fevereiro de 2022. Interpretada por Carla Maciel, João Lagarto e Sandro Feliciano, a peça conta ainda com os Fado Bicha (Lila Tiago e João Caçador) no elenco.

Casa Portuguesa está em cena no Teatro São João entre os dias 12 e 21 de janeiro, à quarta-feira, quinta-feira e sábado, às 19h00, sexta-feira, às 21h00, e domingo às 16h00.

 

O caminho de Jorge Silva Melo cruzou-se por múltiplas vezes com o do Teatro Nacional São João, que, na última década, coproduziu e apresentou vários espetáculos do encenador falecido este ano. A essa lista junta-se agora Vida de Artistas, a última encenação de Jorge Silva Melo, resultado de uma coprodução dos Artistas Unidos, companhia que o encenador dirigia, com o Teatro Nacional São João e o São Luiz Teatro Municipal. A peça é uma adaptação do texto do dramaturgo inglês Noël Coward e estará em cena no Teatro Carlos Alberto de 19 a 22 de janeiro.

Estreada na Broadway em 1933 com grande sucesso crítico e comercial, Vida de Artistas aborda temas como o adultério, o ciúme, a sexualidade e o puritanismo, a partir de um complexo triângulo amoroso. No centro está Gilda (Rita Brütt), uma mulher que rejeita o casamento e a estabilidade e escolhe amar Leo (Pedro Caeiro) e Otto (Nuno Pardal), dois homens que, por sua vez, também a amam – e também se amam.

Depois de Vidas Íntimas (2019), Vida de Artistas marca o regresso de Jorge Silva Melo a Noël Coward e também ao Teatro Nacional São João. A peça está em cena quinta-feira e sábado, às 19h00, sexta-feira, às 21h00, e domingo, às 16h00.

 

Ainda em janeiro, arranca no Teatro São João a mostra de espetáculos internacionais Finisterra, com a apresentação, nos dias 27 e 28, de Iphigénie, uma criação de Tiago Rodrigues encenada por Anne Théron. Em fevereiro, seguem-se os espetáculos Decalogue of Anxiety, Prometheus ’22, Focs/Vatre e Iokasté.

Finisterra é um projeto gerado no interior da União dos Teatros da Europa, desenvolvido em conjunto por dez teatros nacionais europeus. Cada produção do Finisterra resulta da parceria entre dois teatros nacionais, nos quais é levada à cena. Os cinco espetáculos sobre a matriz clássica da tragédia chegam ao Porto a partir de janeiro e são sequencialmente apresentados pelo Teatro Nacional São João, ocupando um mês de programação.

 

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