Teatro Municipal do Porto organiza “uma viagem” ao universo coreográfico de Marlene Monteiro Freitas

Rivoli e Campo Alegre acolhem programa inteiramente dedicado à coreógrafa cabo-verdiana, considerada atualmente um dos nomes mais sonantes da dança contemporânea. Ciclo contará ainda com a apresentação do seu novo espetáculo Mal – Embriaguez Divina, nos dias 29 e 30 de outubro.

 

Nasceu em 1979, em Cabo Verde, mas é partir de Portugal que se projeta para o mundo. No Porto, Marlene Monteiro Freitas será o centro das atenções durante dez dias. De 21 a 30 de outubro, o Teatro Municipal do Porto (TMP) organiza um ciclo de programação dedicado exclusivamente à sua obra e universo artístico, que contará com a apresentação de duas peças que a catapultaram para os palcos internacionais, a sua mais recente criação e um simpósio composto por várias atividades gratuitas, como sessões de cinema e conferências.

 

O programa intitulado Foco Marlene inaugura com Guintche, peça que artista criou em 2010 e com a qual tem vindo, desde então, a circular um pouco por todo o mundo. Neste solo, Marlene Monteiro Freitas é acompanhada por dois bateristas, Cookie e Simon Lacouture, numa performance inebriante composta por elementos que percorrem todo o seu trabalho, como os movimentos repetidos e as múltiplas expressões e contorções faciais. Guintche pode ser visto no Auditório do Teatro Campo Alegre, dias 21 e 22 de outubro (quarta e quinta-feira), às 21h00. A 24 de outubro, o bailarino alemão Andreas Merk junta-se a Marlene Monteiro Freitas para apresentarem Jaguar.

O espetáculo, que resulta da colaboração entre ambos, esteve em destaque na edição de 2016 do Festival DDD – Dias da Dança, tendo sido apresentado no Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery. A reposição desta peça acontece no Campo Alegre, às 19h00.

 

Considerado como um dos espetáculos mais aguardados do ano, Mal – Embriaguez Divina chega finalmente ao Porto, onde será apresentado nos dias 29 e 30 de outubro (quinta e sexta-feira, 21h00), no Grande Auditório do Teatro Rivoli. A mais recente criação da criadora cabo-verdiana estreou há cerca de dois meses em Hamburgo e foi apresentado pela primeira vez em Portugal, em setembro, na Culturgest, em Lisboa. Em palco, encontra-se uma tribuna onde nove intérpretes exploram o mal sob diversas formas, numa performance que inclui referências carnavalescas, cinematográficas, poéticas, filosóficas, mas também político-ideológicas.

 

Paralelamente aos espetáculos, e partindo dos conceitos-chave que atravessam a obra da coreógrafa, estará a decorrer, entre 24 e 30 de outubro, o programa Abertura, Impureza, Intensidade. Olhares através da obra de Marlene Monteiro Freitas. Com curadoria de Alexandra Balona, este simpósio é composto por um ciclo de cinema, no qual serão exibidos filmes de Jean Rouch, Chris Marker, Alain Resnais, Ghislain Cloquet, João Sodré e Nuno Miranda, bem como por várias conferências e conversas, que contarão com o contributo de académicos e artistas, como Ana Cristina Furtado, Raquel Lima, João Francisco Figueira, Nadja Yala Kisudiki e Vitor Stoichita.

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