Teatro GRIOT luta contra a amnésia da memória colonial

Em abril, a Culturgest recorda e faz uma reflexão sobre o colonialismo português em São Tomé e Príncipe com a estreia de O Riso dos Necrófagos, do Teatro GRIOT, de 20 a 23 de abril.

Paralelamente, este espetáculo é acompanhado por dois momentos: Utupia Machim – Resistência no Lugar dos Tempos, uma conferência presencial, no dia 27 de abril, às 18:30, sobre a história esquecida da relação colonial entre Portugal e São Tomé e Príncipe, com a participação de António Pinto Ribeiro, Inocência Mata, Miguel de Barros e Beatriz Gomes Dias; e Que Ritual entre a Vida e a Morte?, uma conversa online com Zia Soares e Raquel Lima, disponível no YouTube, IGTV e no Facebook da Culturgest.

 

O Riso dos Necrófagos começa nos vestígios da Guerra da Trindade encontrados na ilha de São Tomé, pela atriz e encenadora Zia Soares e pelo músico Xullaji, nas bocas dos que a viveram e dos que a ouviram contar, relatos de memórias desfocadas pela passagem do tempo.

 

Nesta guerra, os mortos foram amontoados em valas comuns ou no fundo do mar, num exercício de violência, perpetrado pelo invasor que acredita que, ao despojar os mortos dos seus nomes, os condena ao esquecimento. Mas para os santomenses, são presenças na ilha como símbolo encarnado e, para celebrá-los, anualmente no dia 3 de fevereiro (feriado nacional no arquipélago, denominado como Dia dos Mártires), cumprem um itinerário ritualístico, desfilando ao longo de várias horas numa marcha amplificadora de falas, cantos, risos e sons que saem de corpos convulsos.

 

O Riso dos Necrófagos junta, em palco, Benvindo Fonseca, Binete Undonque, Daniel Martinho, Lucília Raimundo, Mick Trovoada, Neusa Trovoada, Vera Cruz, Xullaji – autor da banda sonora do espetáculo – e Zia Soares, encenadora e coautora do texto, juntamente com Alda Espírito Santo e Conceição Lima.

 

Photo: Sofia Berberan

Partilha