Super Bock em Stock 2019 com novas confirmações…

O Super Bock em Stock está de regresso e traz alguma da melhor música nova, distribuída pelos vários palcos espalhados pela Avenida da Liberdade, em Lisboa. As mais recentes confirmações do cartaz desta edição são Sinkane, Ady Suleiman e Helado Negro.

Ahmed Gallab é simplesmente Sinkane para o mundo da música. Apesar de ter nascido em Londres, Gallab viveu no Sudão durante vários anos, um facto que acabaria por influenciar a sua música anos mais tarde. Em maio de 2008 editou o primeiro EP: “Color Voice”. No mesmo ano também fez estrada enquanto baterista, a acompanhar nomes como Caribou e Of Montreal. Um ano mais tarde, editou um disco homónimo, o que lhe permitiu chamar a atenção da DFA – uma editora à medida da sua música. Foi aí que o nível subiu, como ficou evidente nos discos que se seguiram. Em 2012, “Mars“, e em 2014, “Mean Love“.

Por esta altura, o mundo indie já estava de olhos postos em Sinkane, mas o músico continuou o seu caminho marcado pela genuína vontade de fazer coisas com valor artístico, com projetos paralelos como a Atomic Bomb! Band, uma banda de world music dedicada ao mestre do funk William Onyeabor. Depois de “Life & Livin ‘It”, editado em 2017, Sinkane regressou aos discos em 2019, com “Dépaysé“, um registo de autodescoberta com fôlego para ir a temas como a imigração. O seu estilo eclético, cozinhado com free jazz, afrobeat, shoegaze e até reggae.

Ady Suleiman , nascido e criado na histórica cidade de Grantham, Inglaterra, é um exemplo da sorte que é nascer numa casa com muita música. A coleção de discos do pai era generosa, influenciou-o desde muito cedo e teve nomes como Jimi Hendrix a exercer um enorme fascínio sobre a personalidade do jovem Ady. Não demorou muito até que a sua sensibilidade artística se estabelecesse em territórios como o r&b, o jazz, o reggae e a soul. Com apenas 14 anos já escrevia as suas próprias canções e os concertos vieram logo a seguir, na Universidade de Liverpool. Mas a decisão de levar a música mais a sério só surgiu depois de terminar os estudos, depois de perceber que havia uma cena soul a fervilhar bem perto de si. O sucesso de Ady começou por ser local, mas rapidamente eclodiu depois de vencer o Breakthrough Act of the Year nos Worldwide Awards de Gilles Peterson. Uma das consequências mais imediatas desse prémio foi assinar pela Sony, que colocou cá fora alguns dos seus singles e EPs. Pouco depois, Ady começou a sofrer de depressão e ansiedade, problemas que viriam a influenciar as suas letras, cada vez mais francas e à flor da pele. Essa e outras experiências pessoais são precisamente a base do seu disco de estreia, “Memories“, editado em 2018, produzido pelo próprio com a ajuda preciosa de nomes como Eric Appapolay e Grades.

Roberto Carlos Lange nasceu na Florida, em 1980. Filho de pais equatorianos, o jovem Lange cresceu a ouvir música eletrónica de Miami. Mais tarde estudou arte na Savannah College of Art and Design e foi mais ou menos nessa altura que a música começou a aparecer na sua vida com mais força, depois de também ter estudado design de som e programas de áudio. No início dos anos 2000 começou a gravar as primeiras canções, com assinaturas diferentes (ROM, Epstein, Boom & Birds). Depois de se mudar para Brooklyn, a produtividade continuou em alta, desta feita em colaboração com Guillermo Scott Herren. Depois disto, chegados a 2009, não se pode dizer que Lange fosse um estreante quando se apresentou com a assinatura Helado Negro – estava preparado para mais um capítulo da sua própria história. O primeiro disco enquanto Helado Negro, “Awe Owe“, editado em 2009, foi marcado pela mistura de elementos: jazz, folk, eletrónica e as suas influências latinas. A proposta era original e o público de Helado Negro foi crescendo, principalmente depois da edição dos discos “Double Youth” (2014) e “Private Energy” (2016), graças a temas tão cativantes como “Young, Latin and Proud” e “It’s My Brown Skin“.

Em 2019 regressou aos discos com “This is How You Smile“. Entre versos bilíngues sobre a infância e os pais imigrantes, e arranjos cada vez mais sofisticados, Helado apresenta-se mais acessível (sem facilitar) e também um pouco mais melancólico, a combinar com o outono lisboeta

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