A programação da Sala Santa Casa (Garagem EPAL) conta a curadoria dos Capitão Fausto e The Legendary Tigerman, dois nomes consagrados da música nacional e com uma forte ligação ao Super Bock em Stock, que sugerem novos valores da música portuguesa, que andam a ouvir e que querem partilhar com o público do Festival.
As escolhas já estão feitas: os Capitão Fausto escolheram Rapaz Ego e Zarco (na foto); já The Legendary Tigerman Club sugere Club Makumba e Angélica Salvi.
Capitão Fausto Apresentam…
“As nossas escolhas para esta curadoria estão ligadas a Artistas que pertencem à nossa editora Cuca Monga. Se a ideia é apresentar novidade, é com ela que temos lidado nos últimos anos: gostamos de fazer parte do processo de ajudar quem dá os primeiros passos em cenas novas, construindo caminho para chegarem às pessoas com a sua música. Tem sido esse o trabalho da editora, o de funcionar como uma rampa de lançamento para quem está a começar e acompanhar esses passos. Escolhemos o Rapaz Ego, que tem o primeiro álbum a sair já para o ano. Admiramos muito o caminho que ele está a fazer e somos amigos e seus entusiastas faz tempo. ‘Vida Dupla’ encantou-nos e o que aí vem é fresco. Escolhemos também os Zarco, que acabam de lançar o seu primeiro álbum ‘Spazutempo’, e são assim uma mistura frenética de Sérgio Godinho e Frank Zappa, com risota e teatro pelo meio. Acreditamos que ambos têm um lugar na música portuguesa e certamente um lugar na Garagem da EPAL”, justificam assim os Capitão Fausto as escolhas para esta curadoria.
The Legendary Tigerman Apresenta…
João Doce conheceu Tó Trips em 2004, na tour dos Wraygunn. Logo ali nasceu uma forte amizade e, mais tarde, surgiu também a ideia de fazerem alguma coisa juntos. O plano inicial era simples: Tó Trips na guitarra e João Doce na percussão. O EP “Sumba”, gravado e masterizado por Eduardo Vinhas no Golden Poney Studios, nasceu dessa necessidade criativa de dois músicos. É um exercício livre, espontâneo, experimental e tribalista. E esse caminho continua a ser feito, agora com Club Makumba. De forma a aumentar a palete de cores e ambientes, Gonçalo Prazeres, saxofone, e Gonçalo Leonardo, contrabaixo, juntam se à banda de Tó Trips e João Doce. Club Makumba tem influências de música mediterrânica, numa geografia primitiva sem qualquer preconceito no que diz respeito a raízes e fronteiras.
A harpista espanhola Angélica Salvi, radicada no Porto desde 2011, dedica-se à improvisação e à música contemporânea e eletroacústica, explorando várias técnicas de preparação e amplificação do instrumento, sempre na busca de novos timbres e sonoridades. A harpista convida o público a mergulhar nos seus referenciais emocionais e espirituais, servindo-se deles como o guião de um sonho. Partindo da acrobacia do respirar (inalar, exalar) e da dinâmica das marés, Salvi explora o universo da repetição numa invocação cósmica e estruturada do transe num movimento magnético e sincopado. Nesta viagem interior, onírica e intimista, o público é guiado por caminhos sinuosos e tropicais, numa experiência potencialmente xamânica, por sonoridades ambíguas e multifacetadas, desde Papé Nziengui a Alice Coltrane.
photo: João Golias Cachola