Sons e vozes de África contra o racismo a abrir o palco principal da Festa do Avante

A noite de abertura do Palco 25 de Abril na Festa do Avante 2020 contou com um conjunto de artistas com origens em países afrficanos de língua oficial portuguesa, que refletiram em palco o anti-racismo da música que criam, não só pela condenação direta desse crime contra a humanidade, mas também por serem herdeiros de músicas e culturas de povos que sofreram e sofrem o preconceito rácico e, ao mesmo tempo, influenciaram e influenciam a criação artística musical de todo o planeta.
Sob direcção musical de Rolando Semedo passaram pelo palco 25 de Abril Anastácia Carvalho, Costa Neto, Gerson Marta e Maria Alice

A música africana coloca, por definição, um desafio ao racismo… por refletir no som e nas palavras o facto de ser proveniente do continente que mais sofreu com a exploração desumana e desenfreada promovida, durante séculos, pelo imperialismo e pelo colonialismo, europeu e norte-americano.

Igualmente por os seus povos terem sido vítimas da terrível ideia de que as sociedades se deviam organizar em função de uma suposta supremacia branca, violência que moldou, por antítese, a história desta expressão artística. Em terceiro lugar, por boa parte da música que hoje domina cultural e comercialmente o mundo ocidental resultar de uma evolução direta da música de raízes africanas, mãe ou avó de inúmeros géneros como o blues, o samba, o jazz, o rock, o hip hop e, até, possivelmente, o fado.

Fotografias / Reportagem: Arlindo Homem

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