slowthai, também conhecido como Tyron Frampton, lançou na passada sexta-feira, 12 de Fevereiro, o seu segundo álbum, “TYRON”, sucessor de “Nothing Great About Britain”, que foi nomeado para os Mercury Music Awards.
“TYRON” foi criado num clima implacável onde o julgamento, a vergonha e as conceções simplistas e subdesenvolvidas de outras pessoas estão na moda. Em vez de sucumbir a tal simplicidade, “TYRON” apresenta um artista que é descaradamente complexo e que está disposto a explorar temas como a solidão, identidade, autoaceitação e as dificuldades em se tornar um indivíduo.
O primeiro single, “feel away” feat. James Blake & Mount Kimbie, serviu de pontapé de saída do disco e mostrou um lado mais introspetivo de slowthai. Sucedeu-se o igualmente comovente “nhs”, que continuou o tom reflexivo espelhado em “feel away”. O ano de 2020 tornou-se em 2021 e as expectativas eram altas, mas rapidamente foram frustradas. “MAZZA” feat. A$AP Rocky iniciou o ano com uma linha de baixo poderosa com o objetivo de despertar uma nação oprimida.
No início da semana de lançamento apresentou “CANCELLED” feat. Skepta, uma demonstração de força contra os inimigos.
É um espelho erguido para o fenómeno moderno da cultura de cancelamento, um tema que não se intimida em ser uma resposta ousada e urgente para todos aqueles que tentaram/tentam derrubá-lo.
Tal como os singles retirados do disco o provam, “TYRON” é uma história dividida em duas partes que expõem a complexidade humana. Tal como a história da sua vida, existem sempre dois lados da mesma história. O primeiro lado reintroduz-nos à arrogância clássica, machismo e fanfarronice típicos da música rap. O que é atípico é o seu flow dinâmico, semiembriagado e divertidamente arrastado sobre uma produção igualmente diversa. O tema de abertura intitula-se de “45 SMOKE” e brinca com a sua imagem de bad boy com um freestyle enérgico como uma mensagem direcionada aos céticos. “45 SMOKE” pode ser visto como uma provocação, um motivador de mosh pit, um tema pesado com uma distorção pós-punk, que nos avisa que o rapper sempre será ele mesmo a todo custo, uma recusa de que vai jogar bonito e uma lembrança das duras raízes que o moldaram.