Seun Kuti, o príncipe do afrobeat encerra a mais global das Máquinas de Gelados

Braga abriu as portas do mundo e afirmou-se no mapa com personalidade de cidade global. O Theatro Circo recebeu em chamas o mundo latino-hispânico com a espanhola Bad Gyal e com a argentina Nathy Peluso a 3 de agosto; no dia 10 com o semba do angolano Bonga; o psicadelismo e a disco do líbio Ahmed Fakroun e dos turcos Altin Gun no dia 17; termina agora a 3ª edição do ciclo Máquina de Gelados com o poderio rítmico do nigeriano Seun Kuti, filho do mais consagrado artista africano Fela Kuti.

 

Sexta-feira, Seun Kuti e a banda Egypt 80, entrarão no palco do Theatro Circo para mostrar o poder da mensagem e do ritmo do afrobeat de Lagos, provavelmente a música africana mais global dos séc. XX e XXI. Em Braga, apresenta “Black Times” o novo álbum que conta com Carlos Santana no single de lançamento.

Seun Anikulapo Kuti é o filho mais novo do lendário artista nigeriano Fela Kuti. Desde os 9 anos de idade que se juntou aos lendários Egypt 80 e aos 14 anos de idade (quando Fela Kuti morreu) tornou-se no frontman do conjunto. Serão 18 músicos em palco –mais de ¾ do conjunto é formado por artistas que tocavam com Fela Kuti que muitas vezes foram presos por estar no movimento de Fela.

Hoje, aos 35 anos, Seun é o principal porta-voz do Afrobeat no mundo e espalha a mensagem do gênero criado por Fela Kuti na década de 60 por todos os continentes com uma carreira consolidada e calcada sob os mesmos princípios: a música como instrumento de transformação social e política. Sempre levantando a bandeira por África, Seun manteve na sua música as raízes do Afrobeat – misturando as tradições africanas com funk e jazz – porém trouxe linguagens mais modernas com o hip-hop, soul, r&b e até a música eletrônica.

O novo trabalho acabou de sair pela editora Strut Records e tem co-produção do pinista americano Robert Glasper e participação do guitarrista Carlos Santana na faixa título. São oito composições com arranjos potentes e letras incendiárias dando um grito de punho cerrado às políticas corruptas e desiguais vigentes na Nigéria e em todo o Mundo. A atmosfera que criam ao vivo não deixa ninguém indiferente – o Theatro Circo vestirá por uma noite a pele da lendária Afrika Shrine que Fela fundou em 1970.

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