Sérgio Godinho com Orquestra Metropolitana de Lisboa no São Luiz

Sérgio Godinho está de regresso ao São Luiz Teatro Municipal nos próximos dias 5, 6, 7 e 8 de Julho. Um regresso motivado por um desafio lançado pela direcção artística do teatro – a realização de uma temporada de concertos na companhia da Orquestra Metropolitana de Lisboa. E, por incrível que pareça, uma estreia, a “debutância” em palco com uma formação musical com estas características, com esta riqueza. E se o percurso do “escritor de canções” tem sido marcado ao longo dos anos por inúmeras apresentações na sala lisboeta, como a primeira em Maio de 1974 numa sessão de canto livre ou quando, nos 40 anos do 25 de Abril, “ocupou” o teatro com o espectáculo “Liberdade”, este convite reveste-se de características especiais já que possibilitará uma nova abordagem à sua obra, dando (mais) uma nova vida às canções que nos têm acompanhado nas últimas décadas.

 

E que melhor momento para o fazer que quando se segue à edição de “Nação Valente”, o seu 18º trabalho de estúdio, um álbum que nos traz de volta ao conforto e à inquietação que Sérgio Godinho nos tem proporcionado ao longo da sua carreira? Afinal, olhar para a obra de Sérgio Godinho é também descobrir uma parte significativa da nossa vivência, do nosso quotidiano, do amor, das lutas, das perdas e das alegrias. Uma nação, necessariamente valente, feita de vida.

Para estas apresentações com a distinta Orquestra Metropolitana de Lisboa, Sérgio Godinho chamou o melhor e os melhores dos que o têm acompanhado nos últimos anos – para os arranjos para orquestra e ainda a participação especial ao piano, Filipe Raposo, pianista, compositor e arranjador com quem Sérgio realiza habitualmente concertos de voz e piano; o núcleo duro dos inconfundíveis “Assessores”, dirigidos pelo talentoso Nuno Rafael, companheiro de palco e de estúdio há já quase duas décadas; e para a condução da Metropolitana, Cesário Costa, maestro experimentado na arte de encontrar ligações entre linguagens musicais diversas com elegância e tranquilidade.

 

Em palco, às canções que compõem o disco mais recente juntar-se-ão outras, menos recentes, das mais e menos conhecidas: Os inevitáveis “O primeiro dia” ou “Com um brilhozinho nos olhos” reforçarão o seu carácter de clássicos com a grandiosidade que a Orquestra Metropolitana de Lisboa lhes imprimirá; “Grão da mesma mó” ou “Noite e dia”, serão alguns dos temas que representarão a contemporaneidade da sua obra, canções que, como se comprovou com “Nação Valente”, confirmam a frescura criativa de Sérgio Godinho;

Mas também momentos de intensidade dramática quando Sérgio, acompanhado pelo piano de Filipe Raposo, interpretar “Fotos do fogo” ou, num tributo duplo, evocar Luís de Camões e José Afonso com “Endechas a bárbara escrava”; Ou ainda, experienciar a ironia de canções como “Bem-vindo Sr. Presidente” ou “Só neste país” cuja pompa será reforçada com a presença da Orquestra Metropolitana de Lisboa.

 

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