Dois anos após a estreia de “País a Arder“, a banda portuense Sereias está de volta aos álbuns com o trabalho homónimo que apresentam no Pequeno Auditório do Theatro Circo a 20 de janeiro.
Enquanto o país arde de tédio, os Sereias mergulham de vez no jazz-punk que promete ser hino de uma campanha que urge trazer para as ruas. No centro, a poesia mordaz de A. Pedro Ribeiro, poeta maldito, anarquista, ex-candidato a Presidente da República, em choque constante com os ambientes turvos, eletrónicos e imersivos dos mascadores sónicos que o acompanham.
“Recomecemos tudo de novo” grita A. Pedro Ribeiro a descerrar o novo álbum dos Sereias, abrindo espaço para o deambular de uma guitarra abrasiva sobre um ritmo persistente e incursões de teclados com reminiscências jazz-rock à anos 70. É este o mote para o novo álbum, um recomeço onde encontramos o free rock dos Sereias em todo o seu esplendor, uma mistura de post-rock e kraut em progressão contínua, tenso, obsessivo, massacrante, em jogos de texturas e piscar de olhos ao free-jazz e à música contemporânea e mesmo a algum tribalismo.