Residências e encontros musicais para fechar o MUMA

Está fechado o cartaz do MUMA 2020 com aquela que será a programação mais ambiciosa deste festival até à data. Este ano a ilha do Faial assistirá a um número recorde de apresentações -15 – que celebram mais uma vez a diversidade da música feita em Portugal. Entre as últimas confirmações encontram-se uma mão cheia de espectáculos únicos promovidos pelo MUMA – que resultarão de encontros inéditos entre artistas visitantes e locais – assim como apresentações de novas revelações da música nacional e local.

 

A abertura oficial do festival tem lugar no dia 14 de Maio com o espectáculo Isco Vivo: B.I.F. & Angie Reed. Trata-se de um concerto multimédia pensado a partir do arquivo de vídeos que o fotógrafo Açoriano e colaborador da National Geographic, Pepe Brix, recolheu nas suas expedições de pesca longínqua nos grandes bancos da Terra Nova e Islância, e na faina do atum nos mares dos Açores. A montagem das imagens e a criação musical serão feitos em tempo real, sendo o video da  responsabilidade da artista multidisciplinar norte-americana Angie Reed. A banda sonora será criada pelo B.I.F. (Bando de Improvisação do Faial), um grupo formado em 2019, que resulta de uma oficina de improvisação musical dirigida pelo músico Tiago Marques com vários músicos amadores do Faial. Neste concerto terão a participação especial de Arianna Casellas e João Pais Filipe.

 

À semelhança do ano anterior o artista MUMA 2020 é novamente um percussionista: desta feita o mexicano-lisboeta Ian Carlo Mendoza (Tigrala, Medeiros/Lucas, Marafona). Para além da já anunciada participação no espectáculo Murmurinho#1: Folcloritmos, o percussionista de formação irá mostrar ao público faialense as suas outras facetas artísticas em 4 espectáculos diferentes. Um desses espectáculos terá lugar na baía de Porto Pim e será o resultado de uma residência em conjunto com outro artista multifacetado e mágico da percussão: o portuense João Pais Filipe (HHY & The Macumbas, CZN). Com duas abordagens musicais bastante originais – com tanto de comum como de distinto – os dois músicos trabalharão juntos ao longo de uma semana para apresentar um concerto centrado em vibrafone e percussão.

 

Para o warm up do festival, no dia 13 de Maio, o MUMA desafiou a cantora luso-venezuelana Arianna Casellas (membro do colectivo portuense Sereias) para um encontro de estórias e canções com Mendoza, no Peter Café Sport. Neste sítio de encontro por excelência, no meio do Atlântico, ambos os músicos apresentam as suas composições – que têm uma forte relação com os seus países de origem na América latina – num despique livre e que os quer apanhar na sua versão mais crua: à guitarra e voz.

 

A última apresentação de Ian Carlo será um concerto do seu projecto multi-instrumental Toking Cratch que, com a companhia do guitarrista faialense Zeca Sousa e do teclista vimaranense Rui Souza (Dada Garbeck), apresentará um repertório original orientado para os mais novos. Este concerto terá lugar no Parque de Merendas do Capelo na tarde do dia 16, sábado.

 

No capítulo das novas revelações terá lugar, também no Capelo, um live act da electrónica sem fronteiras de Simão Simões, do colectivo lisboeta Rotten // Fresh. Já na Horta temos a estreia em concerto do representante máximo do trap made in Faial: Square. Para temperar com um pouco de experiência, o MUMA 2020 terá ainda oportunidade de apreciar as escolhas musicais de um nome maior do jornalismo musical, Rui Miguel Abreu, e de Angie Reed, uma das agitadoras da electrónica berlinense dos anos 2000, ligada à Chicks on Speed Records e agora parcialmente em residência nos Açores.

Partilha