RAMPA… Desenterrando Memórias com “Unearthing Memories”

Sete artistas e profissionais da cultura servem-se de um método curatorial cooperativo para analisar legados coloniais que afetam as condições contemporâneas na cidade do Porto.

A Primeira Exposição Colonial Portuguesa ocorreu há 85 anos nos Jardins do Palácio de Cristal, no Porto. Contudo, as forças económicas, culturais e políticas atuais ainda sustentam, cimentam e replicam algumas ideologias que foram fundamentais ao regime autoritário associado à Exposição Colonial.

 

Fragmentos do passado têm a capacidade de reiterar e incorporar memórias coletivas, constituindo uma cultura visual que marca a contemporaneidade. As relíquias coloniais (por exemplo, monumentos públicos, nomes de ruas, selos postais, souvenirs, medalhões, murais, coleções de museus e arquivos nacionais) são testemunhos controversos que narram perspectivas imperialistas e obscurecem a multiplicidade de relações de poder, encontros culturais e experiências pessoais.

 

O InterStruct Collective examina esses mesmos objetos que utiliza como catalisadores para acrescentar camadas de complexidade às narrativas e desvelar histórias, buscando restaurar o poder de indivíduos colonizados no passado e marginalizados no presente.

 

Objetos e subjetividades pós-coloniais são examinadas e o olhar incorporado nesses objetos é devolvido por meio de colaboração coletiva e interdisciplinar. A práxis artística é utilizada como uma plataforma reflexiva para nutrir realidades futuras. Esta exposição analisa criticamente os legados coloniais e enquadra o imaginário atual, composto por memórias, ruínas e lembranças no contexto do Porto.

 

A exposição é acompanhada por uma caminhada crítica pelos Jardins do Palácio de Cristal: “Unearthing memories – exploring contemporary conditions and formulating possible futures”, organizada em parceria com o coletivo MAAD – Mulheres, Arte, Arquitetura & Design, no âmbito do programa Satellites, da Porto Design Biennale.

 

“Unearthing Memories” a partir de 6 de Dezembro na Rampa (Pátio do Bolhão 125, Porto)

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