Próspero na reabertura das portas do Coliseu no Porto

O Coliseu Porto reabre as suas portas com “Próspero“, um espetáculo do Ensemble, interpretado por Jorge Pinto e com tradução, dramaturgia e encenação de Pedro Galiza.

 

A partir de “A Tempestade”, “Tito Andrónico” e “Rei Lear”, de William Shakespeare, Pedro Galiza e Jorge Pinto criaram um solo.  Antes de mais, a ideia de um solo. A ideia de um só ator que se enfrenta a um público, recorrendo, quase exclusivamente, a si próprio, ao seu corpo e à sua voz, ferramentas primeiras no exercício de significação teatral que é posto em movimento e que, para lá do texto, operam continuamente sobre o espectador.

 

A Tempestade” encerra, nas entrelinhas dos seus versos, uma despedida simbólica, uma última vénia e, deslaçando o texto, deixa que se desenhe a figura de Próspero como reflexo do próprio autor, personagem feita homem feita metáfora, um vulto que se solta na página e no palco em processo, talvez, de extrospeção, coroando-se em cena, por meio de uma biografia ficcionada, uma vida que se avalia digna de celebração.

 

Uma estrutura cenográfica com uma monumental presença, inspirada num dos Jardins de Acrílico do pintor e escultor José Rodrigues, é um espaço que confina, uma interpretação algo claustrofóbica da ilha perdida de Próspero, mas, ainda assim, um espaço que, ao encarcerar a personagem, liberta o ator.

 

Próspero” terá sessões diárias entre 19 e 25 de abril, e o público, em número reduzido, vai poder assistir em cima do palco do Coliseu.

 

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