Projeto Dullmea lança novo álbum… “Orduak”

Verdadeiro oásis no panorama nacional, Dullmea é a máscara que Sofia Faria Fernandes enverga em palco, não para se esconder, mas antes para sublevar a introspeção que a sua música é capaz de gerar. Dullmea é comparada à islandesa Bjork, quando usa apenas a voz como único e derradeiro instrumento.

Orduak” é uma vertiginosa descida às profundezas de um não-lugar feito de abandono e desolação: “a meditação de um bêbedo, o enigma da vida inefável, o sono infinito. Atravessámos um poema estilhaçado e espalhado por brechas ruidosas, resgatámos uma memória de voz humana, de língua.”

 

Dullmea (violinista Sofia Fernandes) convidou Ricardo Pinto a colaborar na composição deste álbum por ambos partilharem uma certa obsessão por harmonia. “Começámos a trabalhar a partir das palavras “Ao fundo mais fundo / Nem fogo, nem vento, nem sopro / Sempre este sono, esta sombra de giz”, uma pequena frase sem grande significado, mas com sons interessantes e bastante característicos da língua portuguesa. A ideia era criar quase que uma pintura com estes sons, o que deu origem a uma peça de três andamentos a várias vozes. Depois, desintegrámos esta peça e fundimos os seus estilhaços com ambientes mais sombrios, com electrónica e noise. O resultado é um mundo ficcional, o não-lugar mais profundo que se possa imaginar, onde se pode até ouvir a meditação de um monge bêbado ou entrar em contacto com o reino Archaea”.

Partilha