Prémio Nobel da Paz 2017 marca presença no Boom Festival

Desde o fim da Guerra Fria que não se falava tanto de armas nucleares como atualmente. Por um lado, ainda bem. É importante que nos lembremos que dividimos o mesmo planeta com 15.000 armas nucleares. E dividimo-lo também com líderes políticos que medem a sua influência neste mundo pela dimensão do arsenal que possuem. Foi para acabar com esta realidade que nasceu a Campanha Internacional para a Abolição de Armas Nucleares (ICAN – International Campaign to Abolish Nuclear Weapons, em inglês), uma Organização Não-Governamental que, apesar de existir há apenas 10 anos, mereceu já uma das maiores distinções que se pode alcançar – o Prémio Nobel da Paz 2017.

Para explicar o que é o ICAN e que ações tem vindo a desenvolver, bem como para exortar Portugal a ter um papel mais ativo na missão de banir as armas nucleares, Leo Hoffmann-Axthelm, representante da ICAN na UE, dará uma conferência no dia 24 de julho, às 20h00, na Liminal Village, Boom Festival.

De volta aos 150 hectares da Boomland, em Idanha-a-Nova, entre 22 e 29 de julho, o Boom Festival, evento bienal de cultura independente e sustentável que, desde 1997, se realiza durante lua cheia de julho ou agosto, sendo uma referência internacional, reúne na Liminal Village algumas das maiores referências no “Ativismo” – tema do programa de conferências desta edição – em todo o mundo.

De acordo com a organização do Boom Festival, a conferência “não será sobre quão assustadoras são as armas nucleares, mas sobre o avanço histórico na proibição das últimas armas de destruição em massa, como um primeiro passo para a sua eliminação.”

 

Leo Hoffmann-Axthelm recordará os primeiros dias da campanha e como conseguiu convencer a maioria das nações do mundo que chegou a altura de superar os boicotes e de banir as armas nucleares, ilegais do ponto de vista do Direito Internacional.

 

Com milhares de acidentes e contratempos envolvendo armas nucleares, é um facto matemático que algo terrivelmente mau acontecerá. E, por isso, faz uma grande diferença que compartilhemos este planeta com 15.000 armas nucleares, como hoje acontece, ou se temos uma ou duas mil dessas coisas por aí”, lembrou Leo Axt, numa entrevista recente à Dharma, revista do Boom Festival.

Na última edição, em 2016, a Liminal Village recebeu 106 horas de conferências, workshops e performances, 110 oradores e 19 horas de exibição de documentários e art films.

 

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