Os Putan Club estiveram em Lisboa… Intenso, sem pausas, vibrante e em francês

Os Putan Club deviam ter tocado em Beja, ontem, dia 27 de Setembro para encerrar a passagem por Portugal da sua tour clandestina mas o concerto foi cancelado… Foi no Fantasma, em Alvalade, que consegui vê-los a tocar ao vivo no dia 21, já depois do concerto de Leiria ter sido anulado por previsão de chuva embora a noite tivesse decorrido sem precipitação.

O que me chamou mais à atenção em relação ao trio foi a coragem deles em marcar uma tour internacional clandestina mesmo em locais insólitos e com precárias condições técnicas, tudo pela verdadeira vontade de continuarem a tocar e perseguirem novos ritmos tribais e urbanos que os inspirem pelo caminho. Venha o Corona que vier! Coronão, coronazinho sem taxa de importação!

Os Putan Club são antropologia musical, política e muita garra punk por cima da camada fria e dura do industrial. As vicissitudes aguçaram mais o ímpeto de agendarem concertos, de forma independente, mesmo em venues menos pequenas como é o caso do Fantasma.

 

 

A visita da polícia ao bar antes do concerto arrancar marcou o que seria também o final da noite com uma revisita mais consistente, ordenando recolher por “atentado contra a saúde pública“.

 

A verdade é que nunca faltou atitude aguerrida ao Punk nem à música Industrial mas os Putan Club conseguem algo forte: ter estilo próprio nomeadamente com uma bateria acústica que bebe de ritmos tribais, dar um show arrebatador no meio do público e deixar-nos com a dúvida se a música não é só um pretexto para politizar. A estética musical é imprevisível em contraste com a da roupa: toda preta, casaco de aba de grilo, rendas, algum veludo e botas militares.

A vocalista e baixista italiana, Gianna, como frontwoman tem uma presença muito marcante. A cumplicidade com François, guitarrista e “mastermind” da banda favoreceu a performance. Contudo, os berros e saltos repetidos para o exterior do bar (o público estava na esplanada, devidamente sentado, no meio do passeio) tivessem acabado por perder gradualmente o vigor e por isso se vissem desvalorizantes. A baterista Zoé tocou com destreza e confiança o que reforçou o desempenho do trio contra o cansaço final.

 

 

Intenso, sem pausas, vibrante e em francês!

Fotografias / Reportagem: Magda Costa

Partilha