Obra de Oliver Laxe “O Que Arde” vence Cineeco 2020

O último dia do Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela culminou com o anúncio dos grandes vencedores da edição deste ano, pautada pela resiliência e determinação do Município de Seia em manter o Cineeco no calendário oficial dos Festivais a nível nacional e internacional. Para o ano há mais cinema ambiental, de 9 a 16 de outubro de 2021.

 

Na Competição Internacional de Longas-Metragens, a obra cinematográfica de Oliver Laxe, “O Que Arde”, conquistou o Grande Prémio Ambiente – Município de Seia. Uma parábola rural passada numa aldeia aninhada nas montanhas da Galiza, que se depara com um fogo florestal, após o regresso à comunidade de um condenado. A narrativa está assente na Natureza (a humana e a da terra) que pode destruir ou autodestruir-se.

Na mesma categoria, “El Tren de Los Pies Ligeros”, de Miguel Coelho, conseguiu arrecadar o Prémio Antropologia Ambiental – Zurich Seguros, um documentário que nos leva numa viagem pela Sierra Tarahumara, no México, ao âmago de um universo isolado onde vivem povos indígenas com a sua visão peculiar do mundo e do que os rodeia. A Menção Honrosa coube a Oriane Descout e a sua utopia de um “Castelo de Terra” no interior do Brasil.

 

Na Competição Internacional de Curtas-Metragens, a animação “Entre Baldosas”, do argentino Nicolas Conte, ficou com o Prémio Curta Metragem Internacional – Turistrela, já a animação portuguesa da autoria de Bruno Caetano, “O Peculiar Crime do Sr. Jacinto” arrecadou o Prémio Educação Ambiental – Associação Mares Navegados.

 

Na Competição de Séries e Reportagens Televisivas, o trabalho de Vera Moutinho, “Anna Mergulha no Lixo para Combater o Desperdício Alimentar”, uma narrativa sobre dumpster diving, conquistou o Prémio Televisão.

 

Nesta 26ª edição do Cineeco, o cinema ambiental português esteve em grande destaque entre as longas e curtas-metragens, representando cerca de metade de todas as obras em competição de entre os 77 filmes e documentários de mais de 25 países, exibidos ao longo de uma semana, entre 10 e 17 de outubro. Desde logo, a forte presença de obras nacionais refletiu-se também no Palmarés oficial deste ano, como atestam ainda o Prémio Camacho Costa – Lipor (melhor longa-metragem em língua portuguesa)  alcançado por Nuno Tavares, a estrear-se na realização com “A Alma de Um Ciclista”, uma inusitada e bela viagem pela paixão das bicicletas e pela descoberta das nossas próprias reflexões sobre o mundo; e, ainda, a conquista do Prémio Curta-Metragem em Língua Portuguesa para Patrícia Pedrosa em “Vi(r)agens”. Documentário que nos fala da atual “pausa planetária” e do medo que nos confronta com as nossas próprias limitações.

O jovem realizador de Oliveira do Hospital, Tiago Cerveira, volta a receber o Prémio Panorama Regional – Casa da Passarella, com a “Máscara de Cortiça”, depois de no ano passado ter subido ao palco a agradecer o mesmo galardão por “Pagar a Promessa”. Este ano, Cerveira levou ao Cineeco, a corrida do Entrudo das Aldeias de Xisto de Góis.

 

O Prémio Valor da Água – Águas do Vale e do Tejo foi atribuído a Henry M. Mix e Boas Schwarz com “On Thin Ice”, um documentário sobre os efeitos das alterações climáticas no Ártico russo.

 

O Júri da Juventude, composto por um painel de seis jovens, atribuiu os seguintes galardões: Prémio da Juventude Longas Metragens Internacionais – “The Village and the Wildfire, de Kathrin Reichwald; “Prémio da Juventude Curta-Metragem Internacional” – “O Peculiar Crime do Sr. Jacinto”, Bruno Caetano; “Prémio da Juventude para Série e Reportagem de TV” – “Malcata – Conto de uma Serra Solitária”, Miguel Cortes Costa e Ricardo Guerreiro; “Prémio da Juventude Longa-Metragem em Língua Portuguesa” – “A Alma de um Ciclista”, Nuno Tavares; “Prémio da Juventude Curta-Metragem em Língua Portuguesa” – “Átomos de Luz”, Leonor Teixeira; “Prémio da Juventude Panorama Regional” – “Barro Preto, Cultura e Tradição”, Edmundo Marquês e Vítor Pereira.

 

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