Estamos em 2002 e aos Domingos à tarde a única coisa que havia para fazer era ir passear para o Centro Comercial Colombo. A Bomba Suicida decidiu que isso tinha que mudar. Criámos um núcleo duro e ao qual se iam juntando outras pessoas, artistas e não artistas, para criar um cabaret puro e duro onde durante 2 horas as pessoas estavam realmente entretidas.
Às 17:00 a Madunna, a La Monique e outras personagens estavam na porta de trás da Interpress no Bairo Alto a receber o público. Começava logo ali o show. O público estava a entrar para um mundo mágico de fantasia, glitter e trash.
Das 18:00 às 20:00/21:00 a Madunna e outras vezes com a La Monique eram as apresentadoras, e os números sucediam-se um atrás do outro para o puro deleite do público.
Como uma vez disse o Manuel Henriques, actual director adjunto da Trienal de Arquitectura de Lisboa “Isto é a fingir que é a sério”… e sim… era tudo a fingir… que era a sério. Era esse o espírito. Os temas/títulos sucediam-se no vaguear das mentes criativas dos membros da Bomba: o “Repeat” onde todos tinham que reinterpretar a mesma música, a do Elvis “You were always on my mind”, ou o “Para variar, dançar” onde se homenageava a dança, ou quando houve a invasão das lojas dos chineses o “Made in China”, ou “Sex is the answer” que iniciou com a memorável frase da Madunna “If sex is the answer then… I am the question!”, ou até quando fizemos o funeral da histórica personagem do Gonçalo Ferreira de Almeida, a mítica Maria Bakker em “Maria Bakker is dead”.
Enfim, os estimulantes temas/títulos do Sunday proporcionavam aos artistas fazerem coisas que nunca fariam, ou como uma vez disse a grande Margarida Mestre: “Ainda bem que tenho o Sunday porque estava farta de fazer coisas lá em casa só para mim.”
O desejo de voltar ao Sunday é partilhado pelos artistas e público.
O Sunday Show foi e sempre será incondicionavelmente feito com muito amor e exactamente por isso vai ser o tema deste Sunday nos ANJOS70: o Amor – “A Sunday of Love”, dia 30 de Setembro
