O grande Festival de Fado regressa a Alfama nos dias 27 e 28 de setembro

Pelo segundo ano, a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) dá o nome àquele que é o grande festival anual do Fado da cidade de Lisboa: o Santa Casa Alfama. Com esta estreita parceria, a Santa Casa volta a estar ao lado da expressão artística de um estilo de música que é um elemento importante da identidade portuguesa, o Fado, reforçando, deste modo, o seu apoio à música nacional.

O Festival decorre em pleno coração de Alfama, o bairro onde nasceu o Fado, e dá voz e palco a novos e “antigos” talentos. Abre também portas a alguns dos locais mais importantes e históricos da cidade, através de concertos a decorrer em várias salas, em simultâneo. Seguindo a missão de sensibilizar a comunidade para a importância da inclusão social, garantindo acesso à cultura a todos os cidadãos, a Santa Casa irá levar as Boas Causas até Alfama: contribuindo para que todos possam assistir aos concertos e aos artistas de que mais gostam, independentemente da sua condição física e idade, vai desenvolver estruturas de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, à semelhança de anos anteriores.

 

Ana Moura, Gisela João, Ricardo Ribeiro, Marco Rodrigues, Katia Guerreiro, Sara Correia, um Tributo a Amália Rodrigues, Jorge Fernando e Waldemar Bastos são algumas das propostas que vão marcar a edição de 2019 do Santa Casa Alfama. Gisela João prepara concerto surpresa, com hora e local a serem revelados apenas no Festival.

No primeiro dia, Ana Moura regressa a Alfama para um concerto imperdível. Depois do sucesso de “Desfado” (o disco mais vendido em Portugal nos últimos dez anos) e “Moura”, editado em 2015, a fadista continua a trilhar um caminho que personaliza o seu Fado como uma música aberta ao mundo e sintonizada com a contemporaneidade. Prepara-se para editar um novo disco com a produção do norte-americano Emile Haynie.

No mesmo dia, o fadista Marco Rodrigues regressa ao festival para um concerto que promete marcar a diferença. Os convidados são Marisa Liz e Tiago Pais Dias dos Amor Electro. “Amor Em Construção” é um sucesso que junta as vozes de Marco Rodrigues e Marisa Liz, assinado por Marisa com Tiago Pais Dias.

Ainda no dia 27, o Palco Santo Casa recebe aquela que é já uma certeza no Fado. Quando se dizia que Sara Correia tinha o futuro pela frente, não se podia imaginar que este presente fosse já tão brilhante. O disco homónimo editado em 2018 confirmou-a como uma das vozes do momento. Em setembro, a fadista de Marvila promete conquistar Alfama com a sua garra e irreverência.

Ricardo Ribeiro está de regresso ao Santa Casa Alfama para atuar no dia 28 de setembro. Discos como “Porta do Coração”, “Largo da Memória” ou “Hoje É Assim, Amanhã Não Sei” marcam o percurso desta voz maior da música portuguesa. Em 2019 regressou aos discos com “Respeitosa Mente”, acompanhado pelo pianista português João Paulo Esteves da Silva e pelo percussionista norte-americano Jarrod Cagwin.
Com dez discos editados, centenas de concertos nos mais prestigiados palcos nacionais e internacionais, Katia Guerreiro é uma das vozes mais queridas do público português. Em 2018 editou um novo disco. “Sempre” voltou a surpreender a crítica e os fãs com um trunfo inesperado para muita gente: a produção sábia, cirúrgica e imaculada de José Mário Branco

Amália Rodrigues é o nome maior do Fado, a grande voz do século XX português. É natural que qualquer fadista queira ter o privilégio de cantar temas do reportório da fadista, perpetuando no tempo o legado único da nossa diva. No ano em que passam 20 anos sobre a sua morte e a um ano do seu centenário de vida, o Santa Casa Alfama apresenta um Tributo a Amália, com três fadistas que prestam homenagem à voz de Amália e ao seu reportório. São três fadistas que se complementam precisamente na sua diferença. Diamantina, Gonçalo Salgueiro e Tânia Oleiro prometem um concerto memorável, dia 28, no Palco Santa Casa.

 

Na passada edição do Santa Casa Alfama, o palco instalado no Rooftop do Terminal de Cruzeiros de Lisboa foi um autêntico sucesso. Este ano não poderia ser diferente. Com uma vista deslumbrante sobre o Cristo Rei, a Ponte 25 de Abril e toda a Lisboa que sobe de Alfama, a proposta é ouvir um Fado ao pôr-do-sol”.

O prodígio da guitarra portuguesa, Ângelo Freire, prepara um concerto com a Banda de Música da Força Aérea. Ali, onde o Rooftop toca o céu de Lisboa, este encontro faz todo o sentido. Ainda no mesmo dia, a outra proposta é recriar o ambiente do “ Clube do Fado”, a mítica casa de Fado de Mário Pacheco.

No dia 28, o Rooftop Terminal de Cruzeiros de Lisboa recebe um dos grandes nomes do Fado da atualidade: Jorge Fernando. Dispensa apresentações. Letrista, compositor e intérprete de alguns dos maiores sucessos da música portuguesa, o músico traz para este concerto alguns dos temas do seu último disco, “De Mim Para Mim”.

 

Ao longo das duas noites de Santa Casa Alfama, a fachada do Museu do Fado será o palco de um espetáculo de Video Mapping, proporcionando uma viagem fascinante pela história do Fado, desde o século XIX aos nossos dias, e sempre de olhos postos no futuro. A projeção revisita os momentos mais marcantes da história do Fado, ilustrados com algumas das mais emblemáticas peças do acervo do Museu. Este espetáculo foi concebido através de uma parceria entre a Egeac| Museu do Fado e o atelier OCubo e conta com a participação especial de Carlos do Carmo, Mariza, Camané e José Manuel Neto.

E porque o Fado é de todos e para todos, o Palco do Museu do Fado dá voz ao público que passa por Alfama. As anfitriãs serão as vencedoras do Grande Prémio do Fado, Inês Vilela (Prémio Júnior) no dia 27, e Daniela Helena (Prémio Sénior) no dia 28. Sob o título O Palco do Público”, o público é convidado a ganhar coragem para subir ao palco e mostrar o fadista que há em si. Os mais corajosos vão ser acompanhados por belíssimos músicos prontos para o acompanhar em qualquer tom.

 

A proposta do Palco Amália prova que o Fado é um género que continua bem vivo nos nossos dias, com vozes que garantem o presente e o futuro da nossa música. No primeiro dia, quem sobe ao palco são os fadistas Rodrigo Costa Félix e Cláudia Picado. A fadista escolheu este ano para editar o seu disco de estreia: “Reflexo”. E o fadista também se prepara para editar um novo disco. Vai chamar-se “Tempo” e é um registo intimista. No segundo dia, o Fado vai ficar a cargo de Marco Oliveira e Isabelinha. O jovem fadista vai levantar o véu sobre aquilo que será o seu próximo trabalho, enquanto que Isabelinha vai mostrar a razões pelas quais foi escolhida para dar voz ao projeto XAVE, com o escritor e jornalista Rodrigo Guedes de Carvalho.

 

No Palco Santa Maria Maior desfilam os grandes talentos de uma freguesia que vive o Fado durante os 365 dias do ano. Estas são vozes ligadas aos bairros mais típicos de Lisboa (incluindo Alfama, obviamente), genuínas e populares, capazes de arrebatar qualquer plateia. Neste palco, situado este ano no Largo do Chafariz de Dentro, os fadistas vêm aos pares: No dia 27, Sónia Santos e Luís Capão abrem caminho para Jaime Dias e Conceição Ribeiro; e no dia 28, Maura e André Gomes precedem Ana Marta e Vítor Miranda.

No grande festival de Fado, a música e o espaço não são coisas que se separem. E é a partir dessa união que surgem os momentos mais emocionantes para o público. Nesse sentido, os grupos e as coletividades também são convidados a participar nesta grande festa, como prova o Palco Bogani, instalado no Grupo Sportivo Adicense. No dia 27, o público é convidado a ouvir as vozes de Diogo Rocha, Celeste Maria, Nelson Lemos e Lino Ramos; no dia 28, é a vez de Artur Batalha, Odete Jorge, João Casanova e Silvino Sardo. Alguns destes nomes não são conhecidos do grande público, mas todos construíram um percurso que merece o aplauso do público presente no Santa Casa Alfama.

 

Como tem acontecido desde a primeira edição, em 2013, o itinerário do Santa Casa Alfama também passa pelas igrejas do bairro, lugares de culto que se transformam em palcos perfeitos para uma arte tantas vezes ligada a sentimentos como a devoção, a adoração e a fé.

No dia 27, a Igreja de São Miguel vai receber o espetáculo Até Deus Gosta de Fado, onde José Gonçalez convida José Cid e Maria da Fé. No dia 28, será a vez de outras duas vozes que conhecem o repertório religioso como poucos: Miguel Ramos e Ana Sofia Varela.

 

As Escadinhas de São Miguel são outro dos espaços míticos do bairro de Alfama. O Fado vai ser trazido por quatro vozes inconfundíveis. De gerações diferentes, com estilos diferentes, os quatro asseguram o mesmo nível de qualidade: No primeiro dia, o público vai poder ouvir duas vozes históricas e cheias de vitalidade. Ada de Castro e António Rocha dispensam apresentações. No segundo dia, é a vez de Lenita Gentil e Pedro Moutinho encantarem o público com alguns dos temas dos seus novos discos, “Lenita” e “Um Fado ao Contrário”, respectivamente, ambos editados em 2019.

 

O Festival Santa Casa Alfama assume-se desde o primeiro momento como uma montra privilegiada para ficar a conhecer algumas das jovens promessas do Fado. É o que vai voltar a acontecer no Palco Santa Casa Futuro, instalado na Sociedade Boa União. Neste palco, artistas consagrados vão apresentar novos talentos do Fado.
No dia 27, Ana Moura apresenta os talentos de Beatriz Felizardo, Beatriz Silva e Inês Pereira.
No dia 28, Ricardo Ribeiro apresenta José Geadas, Maria Passarinho e Tiago Correia.

 

O Palco EDP, no Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, é a prova de que o Fado consegue namorar com outros géneros, sem nunca perder a sua força e a sua identidade. No dia 27 o festival recebe um nome da música pop portuguesa que também sabe encontrar dentro de si a alma fadista: João Só. O músico apresentará um espetáculo único, desenhado especialmente para o Santa Casa Alfama, onde dará uma roupagem mais clássica às suas irresistíveis canções pop-rock.

No mesmo dia, o Palco EDP vai receber umas maiores promessas do Fado: Diana Vilarinho. Ela vai editar o seu disco de estreia este ano, com produção do fadista Ricardo Ribeiro. O talento de Waldemar Bastos personifica o caracter cosmopolita do Fado, com o som do violão acústico de Angola a encontrar-se com as músicas de Portugal, do Brasil e do Mundo. No dia 28, também se poderá ouvir a arte de um dos mais promissores guitarristas portugueses, o jovem Bruno Chaveiro.

 

No dia 27, a Igreja de Santo Estevão vai ser o palco do espetáculo “O Fado subiu ao Céu”. Neste concerto imperdível vozes vindas diretamente da cidade do Porto trazem fados religiosos de fadistas que já não estão entre nós. Espera-se, portanto, mais uma noite cheia de emoção, cujos protagonistas serão revelados brevemente. No dia 28, José Quaresma fará soar a sua bela voz antes da atuação de Pedro Galveias e Cátia Garcia.

 

Por último, um dos momentos mais queridos do público, o tradicional Fado à Janela”, situado no Largo de São Miguel ficará a cargo dos músicos Jorge Silva, José Manuel Rodrigues, Gilberto Silva.

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