Com estreia marcada para dia 10 de Maio, no Teatro Meridional, “O filho da Rainha e a mãe do Rei”, peça encenada por Cássio Scapin, conta com a prestação em palco de Luísa Ortigoso e Beto Coville.
Uma mãe e um filho. Ela rainha e ele, que não nasceu para ser rei – era o segundo filho. O primogénito, morreu. Agora, com o tempo, a idade e a vida, a cabeça da mãe rainha lembra apenas o que a mantém viva. E esse filho rei desabrocha, cresce e corta aos poucos o cordão real que o mantinha em segundo plano, assumindo seu posto e construindo um reinado que deixou marcas nos dois continentes onde foi soberano.
Tomando como ponto de partida a vida de Dona Maria I e do seu filho Don João VI, ambos monarcas de Portugal e, por conseguinte, do Brasil colonial, o espetáculo é uma alegoria sobre a relação materno/filial transpassada por questões como hierarquia, poder, estado, nação e patriarcado. Os dois atores assumem as personagens históricas, vivem os seus conflitos e conduzem-nos ao ponto fundamental: ir ao encontro da humanidade existente naquelas personagens além da simbólica função que representam nos seus postos. Por isso destacamos a relação entre mãe e filho na qual, de certa forma, todos estamos igualados. Os nobres e os plebeus, os antigos e os contemporâneos.
Os aspetos biográfico e histórico tratados no espetáculo conduzem-nos por um caminho em que, forçosamente, a narração se faz presente. Todos os recursos usados serão para sustentação do trabalho dos atores, ponto fundamental desta obra.
“Propomos uma reflexão crítica das questões levantadas pelo texto (de Cássio Junqueira), que nos leva a pensar e a traduzir o entendimento das personagens, com o olhar e o entendimento contemporâneos, descobrindo o humano encoberto pela figura histórica.” Explica Cássio Scapin, o encenador.
Um drama histórico para ver numa curtíssima temporada em Lisboa. Em cena de 10 a 14 de Maio no Teatro Meridional em Lisboa.