Quanto vale o silêncio? Estaremos nós a chegar ao ponto de ter de pagar por ele? Ou podemos simplesmente usar o nosso direito ao silêncio livremente?
Falo de todos: o silêncio que vem do ruído, o silêncio que vem das pessoas, o silêncio que vem do exterior e, principalmente, o interno.
John Cage dizia: “Efetivamente, não importa o quanto tentemos fazer silêncio, não podemos.” e, não podia estar mais enquadrado nos tempos que correm.
A sociedade disciplinar deu lugar à sociedade de produção e com ela trouxe o excessivo caos que é lidar com o mundo carregado de conteúdos reais e não reais e a vontade do consumo voraz de tudo ao mesmo tempo.
“O Êxtase do Silêncio” é o segundo disco de Ruído Roído e quer explorar o conceito de silêncio neste mundo cada vez mais ruidoso. Traz com ele 8 densas e intensas faixas carregadas de noise, kraut e alguma electrónica.
Com elas poderão conseguir ficar em pleno estado de transe ou abanar de tal forma que o caos mental que vivem se vai diluindo por entre a música.
Este disco foi criado de raiz no âmbito do programa Trabalho da Casa, no gnration, em Braga e conta com a participação dos convidados Miguel Pedro (Mão Morta), Gustavo Costa (Sonoscopia), Élio Mateus (Imploding Stars), Alexandre Abrunhosa (Nothing:Always:Works) e do contrabaixista Jorge Castro. Foi produzido pela banda, misturado e masterizado por Márcio Décio e é lançado esta segunda feira, 20 de maio, com o selo da Raging Planet.
Será apresentado no dia 25 no gnration com um espetáculo que contará com a cenografia de Vânia Kosta e uma componente visual orquestrada pelos alunos do Mestrado em Media Arts da Universidade do Minho em constante diálogo com a banda.