O BANDO apresenta as últimas sessões de Paraíso em Palmela

Quem procura o Paraíso não sabe que era amor o que Dante procurava.

Amor? O amor pelo poder, que justifica a existência de Deus, reconhece o prazer megalómano da mente.

O amor egocêntrico, que desagua no ódio do outro, aumenta o prazer narcísico. O amor pelos outros, que tem a missão altruísta de apenas dar. O amor pelo movimento, que intensifica sensações e sentimentos viajantes. O amor carnal, que fertiliza o prazer de continuar vivo. O amor pelo conhecimento, que sustenta a curiosidade e o prazer de ver. O amor pela Arte, que enaltece o que é particular.

 

Este é um Teatro que ama a representação. Nesta encenação de João Brites, Pedro Gil é um Dante solitário em diálogo interior com uma muito singular paixão e a plasticidade vocal de Sara Belo continua a dar corpo à inatingível Beatriz. Com eles estará uma surrealista banda de sopros que mistura o corpo dos instrumentistas com os instrumentos como se fosse a obra inacabada de um ceramista louco. Este é um Teatro que ama o que é visual. Começou com a escadaria em espiral do Inferno, passou pelas afuniladas pontes do Purgatório e chega agora à suspensão flutuante do Paraíso. Que este espectáculo contribua para a investigação que se faz e continuará a fazer em torno do Paraíso que Dante Alighieri imaginou.

Este é um Teatro que ama a genialidade de quem, ainda hoje, nos ajuda a questionar a humanidade.

 

Cine-Teatro São João, Palmela

10, 11, 12 e 13 março | 21h

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