O atlas fotográfico de Francesco Jodice em exposição em Lisboa

Na próxima quarta-feira, 28 de Outubro de 2020, abre no Museu dos Coches a exposição de arte contemporânea “What We Want” do artista Francesco Jodice, organizada pelo Instituto Italiano de Cultura di Lisboa em colaboração com o Museu Nacional dos Coches de Lisboa. “What We Want” é o título de um dos principais projetos de Jodice que teve início em 1995 e continua até hoje com o objetivo de eternizar a mudança na paisagem vista como uma projeção dos desejos coletivos da sociedade atual. Nas suas obras, Jodice capta a essência dos contextos urbano e sociais de cerca de 180 metrópoles nos cinco continentes.

Uma significativa seleção de vinte locais é apresentada em Lisboa, juntamente com a exibição do primeiro filme de 2006, da trilogia “Citytellers”, focada em novas formas de urbanismo e dedicada a São Paulo do Brasil.

 

A exposição, com a curadoria de Angela Tecce, historiadora da arte e membro da Comissão Científica da Coleção de Arte da Farnesina (Ministério dos Negócios Estrangeiros de Itália) e montagem a cargo do arquiteto Nadir Bonaccorso, pretende representar, alternando o uso de diferentes linguagens (fotos, vídeos e instalações), a ideia de beleza na era da globalização. Conforme destacado pela curadora, a figura humana aparece ao fundo, “não há rostos que sugiram um sentimento, o que a gente sente diante dessas fotografias não nasce da partilha, mas de um ato racional, da consciência do que está a acontecer em todos os lugares à nossa volta, neste preciso momento, e o peso que isso vai ter no nosso futuro.”

O projeto apresenta-se como uma espécie de arquivo monumental que continua a contar as histórias que acontecem à nossa volta. Claro, com o tempo, sofreu as consequências de grandes eventos históricos. O trabalho, nunca em forma de reportagem, ou seja em forma direta, mas sempre lateralmente, aborda os grandes temas da nossa história. ” (Francesco Jodice)

Nesta exposição, que se abre com o mapa dos lugares tocados por Jodice, o visitante repercorre o itinerário muito pessoal do autor, refletindo sobre o papel artístico e social da fotografia e de como esta, em conjunto com outras técnicas, “nos pode devolver a observação das coisas do mundo” (Francesco Jodice).

A exposição estará patente até 3 de Janeiro de 2021.

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