A vida é feita de escolhas… e quando essas escolhas surgem em ambiente de festival por vezes é complicado escolher o melhor lado.
O segundo dia do NOS Primavera Sound trouxe a primeira partida. O palco Seat trazia a continuidade de um festival marcado pela diferença com a presença de Surma, enquanto que no outro lado do recinto, os beats irreverentes, por vezes agressivos de Profjam.
A jogar pelo seguro, ou talvez não, a escolha recaiu na continuidade. Surma finalmente pisava o palco do NOS Primavera Sound.
A jovem Debora, franzina mas querida por uma enorme legião de fãs arriscou neste sua passagem pelo festival. Rompeu pela ‘standard’ dos seus concertos, e são muitos, inovou e refrescou as suas canções para um público que estava mais direcionado para o outro palco.
Debora, por vezes apelidada de one woman band deixou de o ser. Vestiu o fato de macaco e fez-se acompanhar em palco por muita gente… na realidade foi essa ‘multidão’ que literalmente invadiu o palco.
Debora juntou a dança no seu cosmos musical, dois dançarinos, de géneros distintos, atravessaram o público e chegaram ao palco ao som do cosmos musical da pequena grande Surma.
Debora, nervosa como confessou, encontrou o refugio até agora desconhecido de partilhar o palco em ambiente de festa e harmonia com as suas canções. O fato de macaco fez jus à mudança verificada.
Ao longo de 40 minutos debitou aqueles temas que já bem conhecemos mas que limpam a lama sempre que ecoam junto dos nossos ouvidos. O público, tímido de inicio, deixou-se estar, ficou ali a ouvir a conhecer (muitos) pela primeira vez aquela miúda franzina, nervosa mas grande quando liberta a sua energia musical.
Profjam pode ter conseguido a vitória em termos de afluência, mas Surma deixou a anos luz as sonoridades que ecoavam junto ao lago.
Fotografias: Paulo Homem de Melo
Reportagem: Sandra Pinho