Não nasci para odiar, nasci para amar… Antígona no Teatro Romano

Antígona, de Sófocles, é uma história antiga sobre temas actuais. Antígona é uma mulher lutadora, que quer enterrar o irmão morto na guerra mas o estado opõe-se por considerá-lo indigno. Ele é visto com um traidor da cidade e era costume para tais crimes deixar-se o corpo insepulto. Não nasci para odiar, nasci para amar, diz Antígona. As consequências para a família são imensas. Com o seu gesto transgressor, Antígona muda a mentalidade de Creonte – o então rei e tirano, que depois da morte do seu filho e esposa, percebe tarde demais que errou.

 

A tragédia de Sófocles tem como fundo a guerra na cidade de Tebas para questionar o papel daqueles que se julgam superiores aos outros: quem deve decidir sobre o indivíduo? É por isso um texto que nos fala do papel das leis na sociedade e da sua importância na democracia, da tirania e do abuso de poder.

 

Este texto é fundamental e actual por abordar ainda outras tantas questões, sendo, por exemplo, extremamente progressista, na dramaturgia de então, o seu autor escrever sobre o papel da mulher na sociedade grega. Ele é dos primeiros dramaturgos a humanizar de tal forma as personagens que elas ganham vontade própria e decidem por si mesmas, indo contra as leis divinas e do estado.

 

Antígona é um espectáculo que fala dessa relação dos humanos com os deuses, e das leis do estado com os cidadãos. Sófocles procura saber como a lei deve ser eficaz para todos e preservar a liberdade individual.

 

Estreia a 7 de Julho no Teatro Romano em Lisboa com encenação, dramaturgia, cenografia e figurinos de André Murraças e com Cláudio de Castro, João Duarte Costa, Leonardo Proganó, Vítor Alves da Silva e Vítor Silva Costa

 

 

Photo: Alípio Padilha

 

Partilha