MODALISBOA MAIS… Hoje, fazemos de novo…

Houve a ilusão de uma suspensão no tempo. Uma paragem obrigatória. O mundo puxou o travão de mão e as casas passaram a ser as únicas ruas que conhecíamos. Viemos para dentro, das paredes e de nós. O vidro, o ecrã, tornou-se na única janela para o outro. Nele, procurámos a solução. Fizemos as contas.

Menos meios. Menos perspetivas. Menos pessoas. Menos saúde. Menos liberdade. Menos compra. Menos venda. Menos emprego. Menos rua. Menos portas. Menos abraços. Menos plataformas. Menos ar, menos.

 

Os fatores negativos dos últimos meses agravaram o ciclo de Moda que já antes precisava de ser revisto, repensado, quebrado. A indústria uniu-se no cosmos digital e, de uma mesa tão grande que nela cabíamos todos, subtraiu-se. Menos coleções, menos apresentações, menos looks, menos desperdício, menos pré-estações, menos formatos clássicos, menos roupa. E o menos propaga-se em eco, o efeito cascata da perturbação inicial, superior, chega a todas as margens, as ciências exatas são muito claras naquilo que nos entregam: quando há multiplicação, menos com menos dá MAIS. Precisamos de ser mais.

 

Mais empáticos, mais inclusivos, mais criativos, mais humildes, mais ativos, mais disruptivos, mais éticos, mais atentos, mais pragmáticos, mais abertos, mais unidos, mais livres. Mais humanos.

 

A necessidade de recorrer à Moda como pulso da sociedade tornou-se urgente. Tal como se tornou urgente deixar de olhar apenas para o produto e voltar a ouvir quem o pensa, o inspira e o produz. A MODALISBOA MAIS, em co-organização com a Câmara Municipal de Lisboa, chega ao público, em multiplataforma e multiformato, de 7 a 11 de outubro de 2020. Serão mais dias de um evento com uma imersiva componente digital e uma exclusiva e estratégica componente física. A base de operações estará nos Jardins do Parque Eduardo VII, onde a cidade volta a receber a Moda em comunhão com o ar livre, com o verde e com a vida.

Todos estes meses viveram de um processo de reflexão, de observação e debate constante com o mundo, de uma transformação necessária, com a consciência de que, até outubro, tudo pode voltar a mudar, e nós mudaremos com esse tudo. Mas é preciso fazer mover o setor cultural. É preciso comunicar todas as profissões, todos os talentos que cosem a indústria de Moda. É preciso enfatizar a sua importância material e imaterial para a cidade e para o país. É preciso que continuemos a falar sobre sustentabilidade, sobre inclusão, sobre consumo consciente e local. É preciso que continuemos a trabalhar, a projetar futuro, a fazer sonhar. É preciso fazer mais.

E é preciso, acima de tudo, fazer um evento para o mundo em que vivemos. Isto implica que todas as ações presenciais sejam construídas de forma segura, obedecendo às diretrizes das autoridades locais e nacionais de saúde. Que não se repliquem modelos passados e se responda ao hoje. Que se respeite o ritmo de cada designer, não impondo estação e criando plataformas de total liberdade criativa de construção e apresentação. Que nos lembremos sempre que estes mesmos designers viram duas estações do seu trabalho ser arquivadas por uma pandemia e que por isto, por eles, e por todas as outras pessoas que trabalham em Moda, em cultura, em arte, é imperativo continuar.

 

A partir dos Jardins do Parque Eduardo VII — com uma lotação presencial extremamente limitada… para o mundo, numa nova app mobile, uma inovadora app TV e um reforçado modalisboa.pt, todos de acesso livre e gratuito.

 

 

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